INVESTIGAÇÃO DE COINFECÇÕES HTLV-HIV EM PACIENTES DIAGNOSTICADOS NO NOROESTE PAULISTA
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Capítulo de livro publicado no Livro da IV Mostra dos Trabalhos de Conclusão de Curso da Especialização em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública. Para acessa-lo clique aqui.
doi.org/10.53934/9786599965821-17
Este trabalho foi escrito por:
José Eduardo Gonçalves Sbroggio Pereira1; Marcia Maria Costa Nunes Soares2; Fernanda Modesto Tolentino2; Milena Polotto de Santi2
1Estudante do Curso de Vigilância Laboratorial em Saúde Pública – CLR – IAL – SJRP; E-mail: [email protected]
2Docente/pesquisadora do Núcleo de Ciências Biomédicas – CLR – IAL – SJRP
Resumo: As retroviroses humanas emergiram como pandemias nas últimas décadas e são importantes causas de morbidade e mortalidade humana. Dentre elas, estão os vírus linfotrópicos de células T humana do tipo 1 e do tipo 2 (HTLV-1 e 2) que foram os primeiros retrovírus humanos isolados e identificados, e o HIV (vírus da imunodeficiência adquirida). As principais vias de transmissão desses vírus são a vertical, sexual e por componentes sanguíneos contaminados. Sendo assim, o objetivo deste estudo foi investigar a existência de coinfecções HTLV com HIV em pacientes atendidos em unidades pertencentes à divisão regional de saúde XV do estado de São Paulo. Para isso, foi realizada uma busca e análise dos resultados de HTLV e HIV nos bancos de dados Siscel, Sigh e GAL. A análise dos dados mostrou que 28 pacientes apresentaram coinfecção HTLV-HIV, sendo 60,7% dos soropositivos para HIV coinfectados com HTLV-1 e 39,3% coinfectados com HTLV-2. Dos coinfectados, 26% apresentaram idade entre 38 e 48 anos e 74% idade igual ou superior a 49 anos; 43% dos pacientes eram do sexo feminino e 57% do sexo masculino. Os municípios que apresentaram maior número de pacientes coinfectados foram Catanduva e São José do Rio Preto. Grande parte dos pacientes foram provenientes de serviços especializados em HIV/AIDS (Coordenadoria DST/AIDS, Serviço De Atendimento Especializado Saecrt HIV/AIDS (SAE) e alas específicas de infectologia dos hospitais). Estes achados evidenciam a importância do rastreamento de ambos os vírus, principalmente em pacientes de grupos de risco para HTLV como usuários de drogas injetáveis com compartilhamento de seringas.
Palavras-Chaves: Coinfecção, Infecções por HTLV 1, Infecções por HTLV-2, HIV.
Introdução
As retroviroses humanas emergiram como pandemias nas últimas décadas e são importantes causas de morbidade e mortalidade humana. Dentre elas, estão os vírus linfotrópicos de células T humana do tipo 1 e do tipo 2 (HTLV-1 e 2) e o HIV (vírus da imunodeficiência adquirida). O HTLV-1 e HTLV-2 foram os primeiros retrovírus humanos isolados e identificados e podem persistir no hospedeiro, de forma silenciosa, durante vários anos ou décadas (MONTANHEIRO, 2007).
As principais áreas endêmicas para a infecção pelo vírus HTLV-1 são sudoeste do Japão, algumas áreas do Caribe e redondezas, América do Sul com foco na Colômbia e Guiana Francesa, algumas áreas da África intertropical e Oriente Médio e regiões isoladas na Austrália (GESSAIN e CASSAR, 2012). O número de infectados no mundo é entre 10 a 20 milhões, e, no Brasil, estima-se que existam cerca de dois milhões de pessoas infectadas com HTLV-1, e dessas, aproximadamente 90% permanecerão assintomáticas ao longo de suas vidas. Em bancos de sangue em algumas regiões do país os infectados correspondem a até 2% (EDLICH et al., 2000).
O HTLV-2 é endêmico em populações indígenas isoladas em tribos de pigmeus na África e tem se disseminado entre usuários de drogas intravenosas e seus parceiros sexuais na América do Norte e Europa (Itália, Espanha, França, Noruega, Suécia, Irlanda e Reino Unido) (LOWIS et al., 2002). A presença do HTLV-2 entre índios americanos é antiga, e teria sido introduzida em áreas urbanas das Américas, Europa e Ásia, principalmente entre usuários de drogas intravenosas, transmitido principalmente por exposição ao sangue contaminado, resultante do compartilhamento de agulhas e seringas (HALL et al., 1994). O HTLV-2 predomina na população nativa do Brasil (CATALAN-SOARES e CARNEIRO- PROIETTI, 2005).
O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. É o causador da AIDS, uma doença que ataca o sistema imunológico, cujas células alvo são os linfócitos T CD4+. O ciclo de infecção ocorre através da alteração do DNA dessa célula, onde o HIV multiplica-se. Após o processo de multiplicação, os linfócitos são rompidos e os novos vírus continuam o ciclo. A transmissão pode ocorrer através de relação sexual sem camisinha, compartilhamento de seringas, transmissão vertical, transfusão de sangue contaminado, instrumentos perfurocortantes (Ministério da Saúde, 2018).
A principal via de transmissão do HTLV é a transmissão vertical, principalmente relacionada à amamentação (HINO, 2011). A transmissão sexual, principalmente, não exclusivamente, ocorre do homem para a mulher e supõe se que isto seria a explicação para o aumento da soroprevalência com a idade em mulheres (MURPHY et al., 1989; STUVER et al., 1993; TAKEZAKI et al., 1995; KAPLAN et al., 1996; ROUCOUX et al., 2005). A
transmissão por componentes sanguíneos contaminados (contendo linfócitos infectados com HTLV) é responsável por uma alta proporção (15-60%) de infecção em receptores de sangue (OKOCHI et al., 1984). A infecção por HTLV-1 está presente também entre usuários de drogas intravenosas, mas em extensão menor que o HTLV-2 (MURPHY et al., 1999). A relação sexual desprotegida, o contato com sangue ou tecido e a amamentação podem expor os indivíduos não apenas ao HTLV, mas a uma variedade de outros patógenos, como vírus da imunodeficiência humana (HIV), Treponema pallidum, vírus da hepatite C (HCV), vírus da hepatite B (HBV), vírus do papiloma humano (HPV) e vírus do herpes simples (HSV) (ROSADAS et al, 2022). O HTLV e o HIV possuem similares vias de transmissão, o que favorece a coinfecção (PEREIRA, 2019). Sendo assim, o objetivo do presente estudo foi determinar a ocorrência de coinfecções HTLV-HIV em pacientes diagnosticados para HTLV no Instituto Adolfo Lutz de São José do Rio Preto e atendidos na abrangência da Divisão Regional de Saúde XV (DRS-XV). Os resultados são importantes para serem utilizados nas estratégias de profilaxia junto à população em geral e, principalmente, entre os grupos de risco.
Material e Métodos
O estudo foi realizado no CLR-IAL de São José do Rio Preto, onde é realizada o diagnóstico sorológico de HTLV dos pacientes de todos os municípios pertencentes à DRS- XV, distribuídos em sete colegiados (Santa Fé do Sul, Jales, Fernandópolis, Votuporanga, São José do Rio Preto, José Bonifácio e Catanduva). Trata-se de um estudo retrospectivo
com levantamento de banco de dados, no qual foi investigada a presença da coinfecção HTLV-HIV entre os pacientes que apresentaram sorologia reagente para HTLV no período de março de 2015 a dezembro de 2021.
Os dados foram obtidos nas plataformas SIGH (Sistema de Informação e Gestão Hospitalar), GAL (Gerenciador de Ambiente Laboratorial) e SISCEL (Sistema de Controle de Exames Laboratoriais da Rede Nacional de Contagem de Linfócitos e Carga Viral), e, posteriormente organizados em uma tabela no Microsoft Excel para serem analisados.
Resultados e Discussão
A análise dos dados mostrou que das 38 amostras, 28 pacientes apresentaram coinfecção HTLV-HIV 73,68% (28/38). Das 28 amostras com coinfecção, 17 (60,7%) coinfectados HTLV-1-HIV e 11 (39,3%) coinfectados HTLV-2-HIV, conforme descrito na Tabela 1.
Os pacientes que apresentaram coinfecção foram provenientes dos municípios de Catanduva, Fernandópolis, Jales, Santo André e São José do Rio Preto. Os municípios com maior número de pacientes infectados foram os de Catanduva, com 60,7% (17/28) pacientes, e São José do Rio Preto com 21,4% (6/28) pacientes.
Analisando a faixa etária, foi observado que a idade mínima dos infectados foi de 38 anos e a máxima de 68 anos, sendo 26% (7/27) com idade variando de 38 a 48 anos e 74% (20/27) com idade igual e superior a 49 anos, isso pode ser um indicativo da demora na suspeita e consequente diagnóstico da infecção por HTLV. O diagnóstico em idade mais avançada nos coinfectados pode ser explicado devido ao curso assintomático, do vírus HTLV, sendo descobertos somente quando algumas das complicações crônicas são evidenciadas (PEREIRA et al, 2020). A implementação de estratégias de prevenção do HIV em meados da década de 1980 pode ter reduzido o risco de novas infecções por HTLV-I (Dourado et al, 2003). Segundo a Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, desde 1986, o Estado de São Paulo conta com leis que visam o controle do HIV, baseados na Lei 5.190/1986, que vem a estabelecer que todo o material para transfusão de sangue em hospitais e bancos de sangue seja testado para detecção da presença do vírus. A PORTARIA Nº 1.376, DE 19 DE NOVEMBRO DE 1993, inseriu a obrigatoriedade da realização dos testes sorológicos para as doenças de Chagas, Sífilis, Hepatite, SIDA/AIDS, HTLV I/II nos bancos de sangue. Segundo o Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Manejo da Infecção pelo HIV em Adultos (2013), todos os indivíduos infectados pelo HIV-1 devem ser testados para HTLV-1/2. Isso pode ter corroborado com a diminuição da transmissão, não só do HIV como do HTLV também, entre outras doenças. Além disso, pode ser um possível indicativo do fato da maioria dos pacientes serem de idade mais avançada, já que existe a coinfecção mesmo quando o HTLV encontra-se latente, podendo ter sido infectados em um período anterior à introdução dos testes sorológicos em bancos de sangue.
Em relação ao gênero, 43% (12/28) dos pacientes coinfectados foram do sexo feminino e 57% (16/28) foram do sexo masculino. A coinfecção se mostrou mais frequente em pacientes do gênero masculino em comparação ao gênero feminino assim como em estudo de Pereira e colaboradores publicado em 2020.
A maioria dos pacientes coinfectados com foram provenientes de serviços especializados em HIV/AIDS como Coordenadoria DST/AIDS, Serviço De Atendimento Especializado Saecrt HIV/AIDS (SAE) e alas específicas para doenças infecciosas em hospitais, mostrando que a coinfecção entre essas duas doenças é comum e ocorre de forma frequente (CATERINO-DE-ARAUJO, 2015). O estudo de Caterino-de-Araujo e colaboradores (2015) realizado na cidade de São Paulo, demonstrou que a coinfecção HTLV-HIV teve como maior fator de risco o compartilhamento de seringas por usuários de drogas injetáveis, e que, a maioria dos coinfectados descobriram a infecção por HIV entre 1990 e 1991, quando compartilhavam seringas e agulhas ao injetar drogas ilícitas ou mantinham relações sexuais com usuários de drogas injetáveis. Sendo assim, é de extrema importância o rastreio de ambos os vírus em pacientes pertencentes aos grupos de risco.
Conclusão
A análise dos dados mostrou que 28 pacientes apresentaram coinfecção HTLV-HIV, sendo 17 (60,7%) coinfectados com os vírus HTLV-1-HIV e 11 (39,3%) coinfectados com os vírus HTLV-2-HIV.
A coinfecção se mostrou mais frequente em pacientes do gênero masculino em comparação ao gênero feminino.
Os municípios com maior número de coinfectados HTLV-HIV foram Catanduva com 60,7% (17/28) seguido por São José do Rio preto com 21,4% (6/28) pacientes.
Em relação à faixa etária, observou-se que o maior número de indivíduos infectados tinham idade igual ou superior a 49 anos 74% (20/27).
Referências Bibliográficas
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