FENÓIS TOTAIS DE DIFERENTES EXTRATOS DAS FOLHAS DE Senegalia bahiensis(Benth.) Seigler & Ebinger
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Capítulo de livro publicado no Congresso Brasileiro de Química dos Produtos Naturais. Para acessa-lo clique aqui.
Este trabalho foi escrito por:
Alexsandro Melquiades de Góis *; Paloma Andrade Santos Araujo ; Marcio Michael Pontes ; Vinícius Araújo de Oliveira ; Rosângela Estevão Alves Falcão ; Hiram Marinho Falcão
* Alexsandro Melquiades de Góis – Email: [email protected]
Resumo: Os metabólitos secundários vêm sendo amplamente utilizados por desempenharem diversas ações benéficas no nosso organismo. Em contrapartida, ainda existem vários metabólitos a serem encontrados na natureza, e as plantas são fontes naturais dessas substâncias. Dentre esses metabólitos, os compostos fenólicos tem grande destaque pela sua ação antioxidante, anti-inflamatória e neuroprotetora. O objetivo desse estudo foi determinar o método extrativo mais eficiente para a extração de compostos fenólicos da folha de Senegalia bahiensis. Os teores de compostos fenólicos totais foram determinados pela metodologia de Folin-Ciocalteu e carbonato de sódio com finalidade de determinar esses compostos. O extrato número 6, obtido pela sonicação por 60 minutos do pó das folhas seca de Senegalia bahiensis em etanol a 50%, foi o que apresentou maior quantidade de fenóis totais, 195,12 mg de compostos por grama de pó seco. Vale ressaltar que todos os outros extratos também apresentaram valores significativos de compostos fenólicos, corroborando com a literatura do gênero Senegalia. Dessa forma, S. bahiensis necessita ser estudada em relação a seu potencial biológico para melhor elucidar sua ação terapêutica.
Palavras–chave: compostos fenólicos, extrato, Senegalia bahiensis
Abstract: Secondary metabolites have been widely used because they perform several beneficial actions in our body. On the other hand, there are still several metabolites to be found in nature, and plants are natural sources of these substances. Among these metabolites, phenolic compounds stand out for their antioxidant, anti-inflammatory and neuroprotective action. The aim of this study was to determine the most efficient extraction method for the extraction of phenolic compounds from Senegalia bahiensis leaves. The contents of total phenolic compounds were determined by the Folin-Ciocalteu methodology and sodium carbonate in order to determine these compounds. Extract number 6, obtained by sonicating the dried leaves of Senegalia bahiensis in 50% ethanol for 60 minutes, showed the highest amount of total phenols, 195.12 mg of compounds per gram of dry powder. It is noteworthy that all other extracts also showed significant values of phenolic compounds, corroborating the literature on the genus Senegalia. Thus, S. bahiensis needs to be studied in relation to its biological potential to better elucidate its therapeutic action.
Key Word: phenolic compounds, extract, Senegalia bahiensis
INTRODUÇÃO
Os metabólitos secundários estão sendo comumente pesquisados e utilizados por apresentarem várias ações benéficas no nosso corpo (1) e as plantas são enormes fontes naturais dessas substâncias por servirem para proteção das mesmas contra patógenos que as venham atacar ou herbívoros (2).
Dentre os diversos metabólitos secundários, os compostos fenólicos têm grande destaque por proporcionarem melhorias a nossa saúde, devido as suas ações antioxidante (3), anti-inflamatória (4), antimicrobiana (5), antifúngica (6) e antiviral (7). Os flavonoides, um grande grupo de metabólitos secundários da classe dos polifenóis, são subdividos nos grupos, antoxianinas, flavonas, flavonóis, auronas, chalconas, isoflavonas e flavononas, possuem características químicas e funcionais que as distinguem entre si. (8).
Nesse sentido, em relação à identificação de novos compostos fenólicos, o gênero Senegalia Raf, vem ganhando grande destaque pela identificação de substâncias fenólicas em algumas espécies do gênero (9), mas em contrapartida estudos em relação a identificação de seus compostos secundários são bastante escassos (10). Na literatura são observadas pesquisas acerca de suas características morfo-anatômicas e fisiológicas, mas não são encontradas pesquisas investigando seus potenciais farmacológicos e terapêuticos (10,11).
Assim, este trabalho tem por objetivo investigar o teor de fenólicos totais presentes nos extratos das folhas de S. bahiensis e ao mesmo tempo descobrir qual método de confecção de extratos é o mais eficiente na extração desses compostos fenólicos.
MATERIAL E MÉTODOS
As folhas de Senegalia bahiensis (Benth.) Seigler & Ebinger foram coletadas nas proximidades da BR 423, cidade de Garanhuns – PE, mais precisamente na coordenada geográfica (8º52’22”S 36º28’02”W) a 964 metros do nível do mar. O material vegetal foi coletado no mês de outubro, período de aumento nos dias de calor na região semiárida. Posteriormente foram enviadas amostras da planta para serem identificadas no instituto agronômico de Pernambuco (IPA), tendo sido realizado o tombamento com número 93946.
Após a coleta, as folhas foram limpas e secas durante uma semana em estufa à 40ºC, sendo trituradas para facilitar a extração. Para a escolha do método mais eficiente de extração de compostos fenólicos, 7 gramas de folhas secas trituradas em 70 ml de solvente foram submetidas a 9 procedimentos de extração, onde tempos de sonicação variáveis e diferentes concentrações de etanol em solução aquosa foram empregados, de acordo com a tabela 1.
Após o procedimento de extração os extratos foram submetidos ao ensaio in vitro para determinar o teor de fenólicos totais. O teste seguiu a metodologia de teor de fenólicos totais (12, 13) com adaptações nas concentrações utilizadas. Para o teste, é necessário praparar uma solução de Na2CO3 a 15% utilizando água destilada para diluição. Outro reagente necessário foi o ácido gálico que serviu como controle positivo.
O ensaio foi realizado com quantidades apropriadas de reagentes e água destilada, completando um volume final de 1 ml. O volume final do ensaio foi de 1mL, amostras de 100 µL de extrato, 2 horas protegido da luz e leitura espectrofométrica em 760nm .
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Para a determinação dos teores dos compostos fenólicos em cada extrato, uma curva padrão, relação entre os valores de absorbâncias versus concentração, usando o ácido gálico foi construída (Figura 1).
A avaliação dos resultados determinou que todos os extratos possuem valores significativos de compostos fenólicos totais (Tabela 2). Esses valores variaram entre 105,2 à 195,12 miligramas por grama de extrato. Os dados apresentados corroboram com estudos (14, 15) onde encontraram elevados teores de compostos fenólicos em plantas do gênero Senegalia.
Dos resultados obtidos e demonstrados na tabela 2, o que apresentou menor resultado foi o extrato 1, com 105,2 mg de fenólicos por grama de extrato e o que apresentou maior resultado foi o extrato 6, com 195,12 mg de fenólicos por grama de extrato. Extratos submetidos à sonicação durante 30 minutos apresentam teores de fenólicos mais baixos do que outros métodos extrativos (16), onde também a quantidade de fenólicos pode sofrer alteração dependendo do solvente extrator que se está utilizando para confecção dos extratos (17).
Dessa forma, é possível observar que os extratos com o mesmo tipo de solvente quando aumentado o valor em minutos no sonicador, a quantidade de fenólicos aumenta, excetuando apenas o extrato 9, onde seu valor diminuiu em uma quantidade maior de minutos no equipamento (Tabela 2).
CONCLUSÕES
Os extratos das folhas de S. bahiensis apresentaram compostos fenólicos em sua composição. O extrato 1 apresentou menor quantidade enquanto que o extrato 6 apresentou maior quantidade de compostos sendo este o mais recomendável a ser utilizado em futuros ensaios envolvendo a planta.
Outras investigações precisam serem feitas a fim de melhor elucidar esses compostos e descobrir eficácias que eles podem apresentar.
AGRADECIMENTOS
Ao grupo de pesquisa em produtos naturais do LABEA.
REFERÊNCIAS
1. Cunha, Amanda Lima, et al. “Os metabólitos secundários e sua importância para o organismo.” Diversitas Journal 1.2 (2016): 175-181.
2. Vizzotto, Márcia, A. C. R. Krolow, and Gisele Eva Bruch Weber. “Metabólitos secundários encontrados em plantas e sua importância.” Embrapa Clima Temperado-Documentos (INFOTECA-E) (2010).
3. Silva, Marília Lordêlo Cardoso, et al. “Compostos fenólicos, carotenóides e atividade antioxidante em produtos vegetais.” Semina: Ciências Agrárias 31.3 (2010): 669-681.
4. Séfora-Sousa, M., and De Angelis-Pereira. “Mecanismos moleculares de ação anti-inflamatória e antioxidante de polifenóis de uvas e vinho tinto na aterosclerose.” Revista Brasileira de Plantas Medicinais 15 (2013): 617-626.
5. Bueno, Laysa Pimenta. “Avaliação da capacidade antioxidante e antimicrobiana dos compostos fenólicos presentes em cranberry (vaccinium macrocarpon) desidratada e em medicamento fitoterápico usado na prevenção de infecções do trato urinário.” (2019).
6. Souza, Michele Moraes de, et al. “Avaliação das atividades antifúngicas e antimicotoxinas de extratos fenólicos de farelo de arroz.” (2012).
7. Brum, Larissa Picada. “Atividade antiviral dos compostos fenólicos (ácidos ferúlico e transcinâmico) e dos flavonoides (quercetina e kaempherol) sobre os herpesvirus bovino 1, herpesvírus bovino 5 e vírus da cinomose canina.” (2006).
8. Vizzotto, Márcia, A. C. R. Krolow, and Gisele Eva Bruch Weber. “Metabólitos secundários encontrados em plantas e sua importância.” Embrapa Clima Temperado-Documentos (INFOTECA-E) (2010).
9. Vital, Flávio Antônio Zagotta, Adriana Tiemi Nakamura, and Vanessa Terra. “Aspectos morfoanatômicos de Senegalia angico (Mart.) Seigler & Ebinger.(Leguminosae): uma abordagem taxonômica.” Acta Biológica Catarinense 6.4 (2019): 73-82.
10. Miller, Joseph T., e outros. “Filogenética molecular de Parasenegalia e Pseudosenegalia (Fabaceae: mimosoideae).” Systematic Botany 42.3 (2017): 465-469.
11. Duarte, Ana Flávia Trabuco, et al. “Morfologia do pólen de Senegalia Raf. espécies e gêneros relacionados (Leguminosae: Caesalpinioideae: clado mimosoid).” Palynology 45.4 (2021): 627-639.
12. Sousa, Cleyton Marcos de M., et al. “Fenóis totais e atividade antioxidante de cinco plantas medicinais.” Química nova 30 (2007): 351-355.
13. Gülçin, Ìlhami, et al. “Comparison of antioxidant activity of clove (Eugenia caryophylata Thunb) buds and lavender (Lavandula stoechas L.).” Food chemistry 87.3 (2004): 393-400.
14. Vital, F. A. Z., Nakamura, A. T., & Terra, V. (2019). Aspectos morfoanatômicos de Senegalia angico (Mart.) Seigler & Ebinger.(Leguminosae): uma abordagem taxonômica. Acta Biológica Catarinense, 6(4), 73-82.
15. Cesarino, E. C., Gomes, J. D. S., Lessa, E. V., Carvalho Junior, A. R., & Vieira, I. J. (2020). Composição química e atividade antioxidante de Acacia polyphylla (Fabaceae). Revista Virtual de Química, 12(2).
16. Vicente, Nelma Ferreira de Paula, et al. “Determination of the phenolic, antioxidant and antimicrobial potential of leaf extracts of Pereskia grandifolia Haw.” (2020).
17. Gabr, Sara, et al. “Caracterização e otimização de extratos fenólicos de espécies de Acácia em relação à sua atividade anti-inflamatória.” Sistemática Bioquímica e Ecologia 78 (2018): 21-30.