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DOI: https://doi.org/10.53934/9786585062046-1
Este trabalho foi escrito por:
Juliana Aljahara Sousa do Nascimento*; Niksoney Azevedo Mendonça ; Mateus Monteles Vieira; Juliene Aljahara Sousa Cardoso; Lucianne Martins Lobato; Giselly Martins Lobato; Carlos José Sousa do Nascimento
*Autor correspondente (Corresponding author) – Email: [email protected]
Resumo: O ensino de Genética é considerado por muitos professores uma ação que engloba conteúdos difíceis para serem mediados, e isso acontece porque há grande riqueza de detalhes e conceitos complexos; essa problemática acentuou-se nos últimos anos pelo contexto pandêmico. A transmissão de conhecimento científico passou por transformações e, consequentemente, precisou ser adaptada com aplicação de práticas pedagógicas que viabilizassem a sistematização do saber elaborado. O estudo foi realizado a partir das ferramentas de pesquisa das plataformas Google Acadêmico, Base de Dados do Scielo, Periódicos Capes e Elsevier, com o uso das palavras chaves: “Genética”. “tempos pandêmicos”. “Ensino e aprendizagem” e “práticas pedagógicas”. As práticas pedagógicas são ferramentas importantes no desenvolvimento crítico dos alunos. Entretanto, alguns desafios são evidentes (já vistos antes mesmo da pandemia), esperados também após a atual conjuntura. Objetivou-se, com esta pesquisa, elencar informações relacionadas ao ensino de Genética em um contexto pandêmico e as práticas mais utilizadas pelos docentes nesse processo de mediação do conhecimento, buscando trazer informações para contribuir com o acervo de conhecimentos já existentes. Concluiu-se que mapa mental, flashcards, jogos de cartas, jogos de perguntas e respostas (Quiz), Modelos didáticos, jogos de tradução proteica e Padlet foram as estratégias mais utilizadas. A adoção de tais recursos potencializou a consolidação de aprendizagens coletivas e interações interpessoais. O professor precisa se reinventar e buscar metodologias ativas e práticas para construção do conhecimento e disseminação do saber elaborado de forma acessível, inclusiva e inovadora, de modo que o indivíduo seja a personagem central do processo.
Palavras–chave: ensino; genética; pandemia; práticas pedagógicas
INTRODUÇÃO
O processo de ensino e aprendizagem, há muito tempo, vem passando por modificações para se adaptar aos alunos e aos contextos em que estão inseridos. A Genética é um componente curricular importante para os estudantes do Ensino Médio na disciplina Biologia. Contudo, são baixos os índices de aprendizagem em sua escolarização (1).
Por muito tempo, o ensino de Genética apresentou-se desafiadoramente aos professores devido à sua complexidade e às mudanças que essa ciência vem passando. A partir das descobertas históricas a respeito da Genética, o ser humano foi aperfeiçoando os conhecimentos na área, e está atualmente contida a diversos setores, como: Saúde, Ecologia, Genética molecular, Genética Forense e áreas afins. Nesse sentido, é de fundamental importância que os estudantes, ainda na fase escolar, compreendam os conceitos básicos da Genética – para uma melhor interação com a nossa realidade e a compreensão de sua importância (2).
Em tempos de Covid-19, os professores foram confrontados com o trauma coletivo da perda e com a necessidade de se adaptar a novos arranjos para lidar com a Educação mediada por tecnologias digitais. De um lado, queremos esquecer esse período de luto, de crianças sem acesso à educação e de professores sem capacitação (3). Por força da crise sanitária imposta pela pandemia da Covid-19, as escolas foram fechadas e os professores precisam se apropriar de saberes necessários para atuar em ambientes virtuais de ensino e aprendizagem. Em relação a isso, a Portaria nº 343, de 17 de março de 2020, dispôs sobre a substituição das aulas presenciais por aulas em meios digitais – enquanto durar a situação de pandemia do novo coronavírus–Covid-19 (4).
Após a vacina e a diminuição dos casos, os alunos retornaram para a sala de aula, muito deles, sem o mesmo ritmo de estudo de antes. Considerando a dificuldade da disciplina de Genética e a falta de costume dos alunos com a sala de aula, tal como com os conteúdos, é imprescindível o uso de intervenções. Nos últimos anos, alguns estudos vêm sendo feitos para serem elaboradas estratégias para o processo ensino-aprendizagem de Genética. Considerando a necessidade de adotar estratégias que visam facilitar a abordagem de conteúdos com maior nível de complexidade, alguns estudos mostram a importância de utilizar recursos que vão facilitar e diminuir a dificuldade encontrada ao longo do fenômeno de ensino e aprendizagem pelos professores e alunos.
Segundo Campos et. al. (5), utilizar materiais diversificados pode ser uma forma de contribuir para a aprendizagem significativa e a redução das dificuldades de aprendizagem desses conteúdos. Por exemplo, a utilização de jogos didáticos que potencializam a participação ativa dos alunos e assim estimulam a aprendizagem ativa que auxilia a construção autônoma do conhecimento (5).
Assim, o uso de novas metodologias de ensino, baseadas em um trabalho que permita ao aluno aprender, construir o seu próprio conhecimento e adquirir um pensamento crítico, faz-se necessário (6). Dessa forma, o principal objetivo deste estudo foi abordar os desafios e as práticas pedagógicas no ambiente escolar durante o período pandêmico.
GENÉTICA NA FORMAÇÃO INICIAL DO PROFESSOR, UM PROBLEMA ANTES, DURANTE E APÓS A PANDEMIA
A formação docente e continuada de profissionais da Educação pode ser um dos grandes problemas quando falamos de formação de professores qualificados e aptos para desenvolverem metodologias ativas no contexto do ensino de Genética – problema vivenciado antes, durante e após a pandemia da Covid-19.
Entretanto, durante a pandemia, as dificuldades de se trabalhar essa temática foram mais visíveis devido às grandes restrições sociais que atingiram drasticamente o sistema escolar. A Genética é considerada uma área do conhecimento extremamente importante, que envolve assimilação de conceitos práticos no âmbito escolar. Segundo Elias et. al. (7), o processo de ensino e aprendizagem em Genética é um desafio que será enfrentado pelos educadores.
Segundo Almeida (8) o que se espera na prática de formação inicial é que os graduados tenham a oportunidade de compreender e aplicar os métodos de ensino, e que possam desenvolver uma ampla gama de conhecimentos, valores e estilos que serão aplicados em suas atividades profissionais. Sousa (9) por exemplo, afirma que os licenciandos em início de carreira não estarão totalmente preparados para a construção do conhecimento, ou seja, é necessário buscar estratégias facilitadoras e uma formação continuada para haver rompimento dessas dificuldades que os estudantes carregam consigo, o que pode gerar a formação de ciclos contínuos, impedindo a formação do conhecimento apropriado.
Entretanto, a educação brasileira, no que diz respeito a formação continuada do professor, apresenta um problema a ser enfrentado devido ao fato de que, na maioria das vezes, a procura por essa formação é objetivada, especificamente, a fim de suprir uma carência na formação inicial ou de acrescentar linhas ao currículo, visando a busca pela progressão na carreira e não pela construção e melhoria do saber elaborado (10).
LIMITAÇÕES NO ÂMBITO ESCOLAR, DESAFIOS NA CONSTRUÇÃO EDUCACIONAL FRENTE À PANDEMIA
As condições de trabalho no processo de ensino e aprendizagem são indispensáveis. Dentre as diversas características para um bom resultado na transmissão do conhecimento elaborado, podemos citar o local de trabalho; antes da pandemia, os professores tinham que se deslocar para as salas de aula e deparavam-se com ambientes com lotação máxima, sem conforto, e em alguns casos, sem ventilação – o que tornava tudo mais difícil. Na maioria das vezes, esses professores não tinham motivação para realizar atividades diferentes, como, por exemplo, a elaboração de recursos didáticos, jogos, dinâmicas, dentre outros.
Essa ausência de condições de trabalho adequadas interfere diretamente no rendimento dos docentes, consequentemente gerava e gera um impacto no trabalho, resultando na diminuição de autonomia do professor e interferindo no seu processo de organização de sua função. As condições de trabalho compõem os requisitos que formam o conceito de valorização docente e elas compreendem aspectos cruciais para a realização profissional (11).
Em 2020, os professores precisaram passar por adaptações pela situação imposta pela pandemia, que levou ao distanciamento social e à execução das atividades de ensino remotamente – que é a EAD. Esta situação acentuou outros problemas que seriam empecilhos para o desenvolvimento dessas atividades e, mesmo não sendo nas escolas, a falta de condições de trabalho ainda era presente, o professor precisou se reinventar em condições ainda piores.
Há ausência dos meios necessários para o pleno desenvolvimento das atividades, como: falta de equipamentos adequados (como computadores, tablets, microfones e câmeras), conexão à rede de internet, formação suficiente para lidar com os programas e os recursos tecnológicos. Ademais, há pouca (ou total) ausência de experiência com ambientes virtuais e até questões relacionadas ao suporte pedagógico para a realização do trabalho (11).
PRÁTICAS PEDAGÓGICAS MAIS USUAIS NO ENSINO DE GENÉTICA DURANTE E APÓS A PANDEMIA E SUA IMPORTÂNCIA
As práticas pedagógicas são vistas como importantes ferramentas para construção reflexiva e formação crítica do aluno, pois promovem maior assimilação dos conteúdos considerados difíceis pelos professores, o que permitirá uma maior contextualização de conceitos inseridos na área da Genética, por exemplo. Nesse sentido, é de fundamental importância que os estudantes, ainda na fase escolar, compreendam os conceitos básicos da Genética, para uma melhor interação com a nossa atualidade e a compreensão de sua importância (2).
Diante dessas práticas, a aplicabilidade do método depende não só da disponibilidade do recurso, mas também de um professor atuante e inovador, que instigue o aluno a aprender, estimulando sua interação e, até mesmo, à convivência com os colegas (12). O que adianta ter recurso, e não ter um professor apto e preparado para desenvolver essas práticas pedagógicas? (principalmente no que diz respeito às subáreas da Genética voltadas aos conhecimentos da dinâmica da natureza e da vida, envolvendo e auxiliando nas questões polêmicas que instigam a Ciência (2).
Tornar as aulas mais atrativas, dinâmicas e inseridas na realidade sociológica e tecnológica atuais é algo não só sumariamente importante, mas também extremamente desafiador (8). Os modelos e recursos didáticos são opções eficientes para auxiliar o entendimento de determinados conteúdos considerados mais complexos e abstratos, transformando em assuntos mais atrativos e facilitando o entendimento. Considerando a necessidade do professor em ministrar o conteúdo de maneira mais clara e objetiva possível, a utilização de recursos didáticos é indispensável, visto que a utilização desses materiais aproxima os alunos do conteúdo, tornando-os mais lúdicos, chamando atenção dos alunos e aguçando o senso crítico dos mesmos.
As atividades que envolveram as práticas pedagógicas foram essenciais durante o período pandêmico – e serão também após a pandemia, pois durante esse período os professores enfrentarão grandes dificuldades para estabelecer a construção do conhecimento, exigindo destes formas alternativas e práticas para disseminação desse saber. Algumas alternativas são observadas no quadro 1.
Algumas alternativas são citadas pelos autores Bissoli et. al. (13), como o jogo de cartas – FlashCards, quiz e mapa mental. Nos Flashcards, utilizaram breves descrições do conteúdo de Genética Básica na área de hereditariedade, em forma de perguntas para ajudar os alunos no processo de aprendizagem, um recurso bem interessante para revisão de pré-avaliação. A própria interface dos FlashCards auxilia o aluno a se reconhecer, ou não, determinado conteúdo onde o indivíduo poderá sinalizar como positivo ou negativo (sob graus de dominância dos conteúdos). Caso ele não conheça, poderá também apertar sobre a carta para ter mais informações.
Quando os alunos terminam de usar os Flashcards, o site mostra os itens perdidos e quantos foram perdidos, dando-lhes a opção de ocultar os corretos no momento em que a atividade é reiniciada, para que os alunos possam se concentrar melhor nas dificuldades e. finalmente, o programa mostra ao professor a média de acertos de cada aluno e a média geral da turma (13).
Além disto, os autores citam também a utilização de quiz como um jogo interativo para se trabalhar assuntos como herança genética e determinação de sexo com a utilização de perguntas de múltipla escolha. Dessa forma, o professor consegue realizar inferências sobre o conhecimento daquele aluno, uma forma eficaz de avaliar e diagnosticar uma turma. O mapa mental se mostra como uma excelente técnica de apresentação de um conteúdo, pois no mapa mental o aluno tem liberdade de montar uma rede de informações com um assunto central. Tal técnica se torna eficiente e interessante para o professor aplicar porque o aluno terá aproximação em estabelecer conexões entre os temas de Genética – dos quais ele estudará, útil na utilização de revisão de conteúdo.
Segundo Rezende et. al. (6), os jogos e os modelos didáticos são fontes de conhecimentos que podem ser usados para trabalhar conteúdos de Genética como estrutura química, tradução e replicação do DNA. Esses recursos são ferramentas importantes no processo de ensino do aluno, onde eles mesmos podem confeccionar seus materiais com auxílio de um professor. Dessa forma, utilizar e aplicar jogos e modelos didáticos em sala de aula auxiliá e possibilitará uma melhor assimilação dos conteúdos teóricos, podendo ser revisados e estudados em um ambiente fora da sala de aula.
Outras formas são citadas por Carvalho et. al. (14), que utilizaram jogos de cartas para trabalhar temas da área de Genética, como: padrões de herança e determinação de alelos. Como resultado, eles perceberam que os jogos estimulam o desenvolvimento de habilidades e competências importantes que não podem ser medidas e/ou quantificadas por meio de testes realizados pelos estudantes. O estudo permitiu concluir que a utilização de ferramentas de apoio ao ensino pelos professores pode tornar o processo mais atrativo e interessante (14).
Pereira (15) cita a utilização do padlet no ensino remoto e híbrido como recurso adicional nas aulas de Genética. O padlet é uma ferramenta onde o professor tem a liberdade de criar murais e atividades virtuais com a turma. O uso do Padlet e o desenvolvimento dessas atividades no ensino híbrido têm sido muito populares e, além de proporcionarem discussão de conteúdo, também têm contribuído para uma escrita mais eficaz do vocabulário de Genética. O uso de ferramentas tecnológicas pode facilitar a troca de ideias entre os alunos e a construção do aprendizado coletivo (15).
INTERMEDIAÇÃO DO CONHECIMENTO ELABORADO — CENÁRIOS, OBSTÁCULOS E POTENCIALIDADES
Segundo delineamento da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, as ações presentes ao longo do processo de ensino e aprendizagem não devem estar sob restrição única da transmissão de informações — é necessário fundamentar-se, sobretudo, no intento de formar indivíduos com posicionamento ativo e crítico sobre o meio social em que estão presentes. Contudo, para que tal objetivação seja realizada de modo satisfatório, o professor — na função de intermediar do conhecimento científico, precisa acompanhar e desenvolver ações que repassem conhecimentos sob uso de instrumentos metodológicos distintos — elucidando e inserindo novas óticas pedagógicas sob contextualizações e atitude investigativa (1). Por certo, quando restrito a configuração tradicional de transmissão de conhecimento, há indução de desestímulo aos indivíduos.
No atual cenário global de desafios impostos pela crise sanitária e humanitária da COVID-19, as metodologias ativas têm sido grandes aliadas como ferramentas no desenvolvimento de ações de ensino (16). Assim, há realocação dos indivíduos presentes no processo como personagens e centro da objetivação maior da aprendizagem, visto que tal estratégia (amparadas com produções e tecnologias digitais) representam uma vanguarda em forma de intermediação do ensino científico, auxiliando diretamente no processo de obtenção de conhecimentos transversais compartilhados entre os discentes.
Logo, é iminente tensionar e reconfigurar o arcabouço das aulas e momentos diversos de ensino sob o atual cenário, pois é preciso os docentes apropriarem-se do uso de tais ferramentas disponíveis e sujeitá-las a melhoramentos constantes — atribuindo novos valores ao longo de todo o processo ensino-aprendizagem. Assim, ocorrerá estímulo de atitudes críticas, investigativas e reflexivas — consolidando visões e experiências enriquecedoras na totalidade do processo (1).
Atividades pedagógicas distintas desenvolvem-se também nos meios digitais, atualmente presentes em maior porcentagem no desenvolvimento de aulas remotas – possibilitadoras de continuidade da periodicidade constante de ensino e diminuição problemáticas intrinsecamente relacionadas ao aprendizado (sob delimitações do atual cenário pandêmico). Assim, possibilidades e potencialidades são continuamente desenvolvidas nas estruturas de ensino, pois há necessidade de adaptar ações e processos às imposições atuais de interações sociais (17).
Segundo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, a nova configuração em que se dão as relações e sinergias nas comunidades envolvidas no complexo mecanismo de ensino e aprendizagem, sugere-se que — sob particularidades da atual conjuntura mundial — prioridades sejam adotadas por instituições de educação e pesquisas de estratégias mais eficientes a serem empregadas, como programas de inclusão digital, cuidados com os dados desenvolvidos (e obtidos), importância dos fatores psicossociais, programação de agendas a fim de dimensionar e influenciar abordagens pedagógicas, formações continuadas para docentes e propostas distintas a serem aplicadas como modo de avaliação dos indivíduos (18).
Assim, as ações de discussão e reflexão oriundas do cenário atual nos possibilitam elaborar rearranjos em métodos e técnicas ativos, sobretudo ao que tangencia o ensino de modo híbrido, evidenciado como potenciais promotores de processo de intermediação de conhecimento elaborado moldado para valorizar o discente, ponderando a periodicidade do processo e autonomia destinada à cada ser ao longo do processo (19).
Informações desenvolvidas ao longo do período letivo agregam muito ao entendimento holístico do atual cenário pandêmico, delineando necessidades recorrentes aos docentes de Ciências nas ações que visam desenvolver melhoramentos a serem implantados nas respectivas práticas cotidianas (20), podendo ser consolidadas atividades inovadoras a fim de implementar estratégias pedagógicas sob múltiplas visões, ressaltando a diversidade de cenários, subjetividades e aptidões dos indivíduos (21; 22)
CONCLUSÕES
Quanto às singularidades do processo de formação do docente, sob o atual cenário de crise sanitária, é imprescindível aplicar metodologias ativas e melhoramentos na qualificação continuada dos intermediadores de conhecimento elaborado, visto que há necessidade de driblar obstáculos de ordens distintas, como a desigualdade social.
Os docentes devem aplicar estratégias pedagógicas, desenvolvendo habilidades distintas ao longo da atividade profissional de cada indivíduo — adotando, assim, ferramentas que facilitem o processo ensino-aprendizagem e superem problemas individuais expressos ao longo da apropriação do conhecimento científico.
Nos cenários pandêmicos e pós pandêmicos, os recursos didáticos mais utilizados (no ensino de Genética) foram: mapa mental, flashcards, jogos de cartas, jogos de perguntas e respostas (Quiz), modelos didáticos, jogo de tradução proteica e Padlet. A adoção de tais recursos potencializou a consolidação de aprendizagens coletivas e interações interpessoais.
Os espaços de educação formal e informal devem possuir o mínimo possível para desenvolver atividades de ensino de modo satisfatório. Logo, as condições de trabalho e suporte aos canais de atividades devem receber atenção especial, viabilizando a autonomia de cada docente e permitindo que desenvolvam rearranjos e adaptações ao seu modo de atuação; é de suma importância o estímulo a adaptações contínuas.
O estímulo ao aluno assume papel relevante na promoção da capacidade de contextualização e interações com o cotidiano. Para tal, é de suma necessidade implantar — sob a atual conjuntura — atividades dinâmicas, interativas por intermédio da diversidade e realidade social e tecnológica de cada indivíduo; instituições devem adotar ações de inclusão digital, atenção a questões psicossociais, formação continuada e agendas inovadoras.
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