ORTHOBUNIAVIRUS: VIGILÂNCIA DE INFECÇÕES EM PÁSSAROS DA REGIÃO DO VALE DO RIBEIRA, ESTADO DE SÃO PAULO, BRASIL.
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Capítulo de livro publicado no Livro da IV Mostra dos Trabalhos de Conclusão de Curso da Especialização em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública. Para acessa-lo clique aqui.
doi.org/10.53934/9786599965821-21
Este trabalho foi escrito por:
Júlia Cavalcante Alexandrino1, Mariana Sequetin Cunha2
Estudante do Curso de Especialização em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública – CV – IAL; E-mail: [email protected]
2Docente/ Pesquisador do Núcleo de Doenças de Transmissão Vetorial – NDTV – IAL
RESUMO
A ocorrência das arboviroses, vírus transmitidos por artrópodes, tem sido uma ameaça à saúde humana há séculos. Em média, as arboviroses são responsáveis por mais de 700.000 mortes por ano, e a frequência e a magnitude desses surtos estão aumentando globalmente. O gênero Orthobunyavírus (OBVs) compreende uma ampla gama de vírus transmitidos por artrópodes que pertencem a família Peribunyaviridae da ordem Bunyavirales e são prevalentes em todo o mundo. O presente projeto tem por objetivo avaliar a presença de Orthobunyavirus em amostras de sangue de aves coletadas na região do Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo, durante investigações de campo realizadas em 2022. As aves foram capturadas com uso de Redes-de-neblina e marcadas com anilhas metálicas do CEMAVE/ICMBio. A coleta das amostras utilizadas aconteceu entre fevereiro e setembro de 2022, onde um total de 270 amostras de sangue foram coletadas e 21 foram selecionadas dentre as que possuíam um maior volume e que testaram negativo para Flavivírus e Alphavírus. Durante o isolamento, nenhum efeito citopático foi observado e as reações de imunofluorescência não apresentaram nenhum indicativo de reação positiva. Diversos trabalhos já evidenciaram a provável circulação do vírus desse gênero na região, e outros mostram que um deles, o Oropouche, que já foi responsável por diversas epidemias, vem se dispersando silenciosamente pelo Brasil fora dos locais endêmicos. Apesar de alta, a viremia em aves e outros vertebrados pequenos é curta, o que faz com que haja necessidade de testar um maior número de amostras e realizar uma coleta constante. Os resultados obtidos no presente estudo mostram que não há circulação de Orthobunyavirus nesta região no período estudado, no entanto, ele tem como limitação o pequeno número amostral avaliado. Uma vigilância ativa e continua permitirá uma melhor compreensão da incidência e da prevalência das infecções por Orthobunyavirus, e ajudará a prever possíveis surtos na região.
Palavras-chave: Arbovírus, Orthobunyavirus, Vigilância.
INTRODUÇÃO
A ocorrência das arboviroses, vírus transmitidos por artrópodes, tem sido uma ameaça à saúde humana há séculos. Em média, as arboviroses são responsáveis por mais de 700.000 mortes por ano, e a frequência e a magnitude desses surtos estão aumentando globalmente
(WEAVER & REISEN, 2010). Há cerca de 120 anos o primeiro arbovírus foi descoberto pelos cientistas Walter Reed, James Carroll, Aristides Agramonte e Jesse Lazear, que identificaram o Flavivírus causador da febre amarela (WEAVER et al., 2018;CASSEB et al., 2013; DOUAM & PLOSS, 2018). Posteriormente, em 1916, a Fundação Rockefeller criou a “Comissão da Febre Amarela” financiando pesquisas de cientistas nos Estados Unidos, Brasil, Colômbia, Nigéria e Uganda (DOUAM & PLOSS, 2018). Essas pesquisas geram como subproduto o isolamento de arbovírus até então desconhecidas. Esses e outros acontecimentos resultaram na descoberta e isolamento de centenas de novos arbovírus (WEAVER et al., 2018; CASSEB et al., 2013).
O gênero Orthobunyavirus (OBVs) compreende uma ampla gama de vírus transmitidos por artrópodes que pertencem a família Peribunyaviridae da ordem Bunyavirales, de acordo com o International Committee on Taxonomy of Viruses (ICTV), e são prevalentes em todo o mundo. Apesar de uma crescente consciência dos potenciais efeitos prejudiciais dos Orthobuniavírus na saúde única, o conhecimento sobre seus ciclos enzoóticos de transmissão, amplificação, hospedeiros e vetores, e fatores bióticos e abióticos relacionados aos eventos de transbordamento para humanos são limitados (WINDHABER ET AL., 2021).
REFERÊNCIAL TEÓRICO
Os vírus pertencentes ao gênero Orthobunyavirus são compostos por três segmentos genômicos distintos de RNA de fita simples (ssRNA) de polaridade negativa, identificados como grande (L), médio (M) e pequeno (S) (DOLGOVA et al., 2022). Há pouca ou nenhuma informação sobre os ciclos de transmissão para muitos dos Orthobunyavirus descritos até agora (DIAS et al., 2022).
Entre 1978 e 1990, FERREIRA et al. realizaram um trabalho de vigilância de arbovírus em São Paulo (SP) pelo Instituto Adolfo Lutz. Um total de 11.000 amostras foram coletadas na região do Vale do Ribeira, e diversos arbovírus foram detectados através de técnicas de isolamento em camundongos, seguida da fixação de complemento. Além disso, anticorpos anti- orthobunyavirus foram identificados pelo método indireto de inibição da hemaglutinação, dentre eles, duas amostras com resultado positivo para o Orthobunyavirus Caraparu (FERREIRA et al., 1994). Em estudos sorológicos realizados por IVERSSON et al., em população humana da região do Vale do Ribeira, amostras de 337 estudantes foram coletadas entre os anos de 1981 e 1982 e um total 12 amostras apresentaram anticorpos para vírus do gênero Orthobunyavirus (IVERSSON et al., 1983). IVERSSON et al 1980, já havia realizado outro estudo em 1980, em que pesquisou anticorpos para arbovírus em 516 moradores de Pariquera-Açu, região do Vale do Ribeira, em São Paulo, onde 4,6% apresentavam anticorpos para o vírus Caraparu (BUSCH IVERSSON; TRAVASSOS DA ROSA; TRAVASSOS DA ROSA, 1980).
O vírus Oropouche (OROV) é o causador da febre Oropouche e está historicamente envolvido em surtos explosivos com centenas de milhares de casos, principalmente na região amazônica. Um estudo de Romero et al., mostra que no Brasil, nos últimos anos, a disseminação do OROV tem sido cada vez mais evidenciada em outras regiões do país e não apenas em áreas endêmicas, mostrando que o vírus está mais disseminado do que se acreditava originalmente no Brasil (ROMERO-ALVAREZ & ESCOBAR, 2018; DIAS et al., 2022). Isso gera a hipótese da circulação críptica do vírus na região do Vale do Ribeira, que é uma região afetada por diversas epidemias onde presença de outros Orthobunyavirus já foi evidenciada.
OBJETIVOS
O presente projeto tem por objetivo avaliar a presença de Orthobunyavirus em amostras de sangue de aves coletadas na região do Vale do Ribeira, no Estado de São Paulo, durante investigações de campo realizadas em 2022.
MATERIAIS E MÉTODOS
Este estudo foi realizado seguindo as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo amostras biológicas e teve a aprovação do Comitê de Ética do ICMBio 794-1. Os procedimentos de manipulação e processamento das amostras biológicas foram desenvolvidos em laboratórios de Nível de Biossegurança 2 (NB2), de acordo com o preconizado pela OMS.
A coleta das amostras utilizadas aconteceu entre fevereiro e setembro de 2022, de aves da região de Iguape, município situado no Vale do Ribeira em São Paulo. As aves foram capturadas com uso de Redes-de-neblina. As revisões eram feitas de hora em hora, ou períodos mais curtos caso a temperatura do dia esteja muito alta, evitando estresse dos animais. As aves capturadas foram marcadas com anilhas metálicas do CEMAVE/ICMBio – Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres, medidas e soltas. O sangue foi coletado com uso de capilar e as amostras foram identificadas de acordo com data e espécie, e imediatamente colocadas em nitrogênio líquido
Um total de 270 amostras de sangue foram coletadas e 21 foram selecionadas dentre as que possuíam um maior volume e que eram negativas para gêneros Flavivirus e Alphavirus por RT-qPCR. As amostras foram inoculadas em monocamadas de células Vero (células epiteliais renais extraídos de um macaco verde africano), C6/36 (uma linhagem de células originadas do mosquito Aedes albopictus) e em células TRA-171 (derivadas da larva do mosquito Toxorhynchites amboinensis), somando um total de 5 passagens. Para cada passagem uma placa com um total de 24 poços contendo a monocamada de células foi utilizada e 50 microlitros de cada amostra foram inoculados (sempre em poços separados). Não foram feitas duplicatas e para cada placa haviam 2 controles negativos e um positivo. Cada passagem durava um período de 12 dias de incubação em média e as células eram monitoradas diariamente, sob um microscópio de luz invertida, para observação de possível efeito citopático. Em seguida os Ensaios de Imunofluorescência Indireta (IFA) com anticorpos específicos para os Orthobunyavirus Oropouche, Itaqui e Murucutu foram realizados seguindo o protocolo descrito por Gluber et al 1984. As lâminas foram examinadas sob microscópio de imunofluorescência.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Durante o isolamento nenhum efeito citopático foi observado em nenhuma das passagens realizadas. Os controles positivos e negativos atenderam o resultado esperado, sendo que no positivo o efeito citopático foi observado e no negativo as células permaneceram íntegras. Nas reações de imunofluorescência, realizadas para verificar a presença de Orthobunyavirus nas amostras de aves, nenhum indicativo de reação positiva foi observado. Esse resultado não descarta a necessidade de ações de vigilância ativa para essas arboviroses na região, pois apesar de alta, a viremia em aves e outros vertebrados pequenos é curta, o que faz com que haja necessidade de testar um maior número de amostras e realizar uma coleta constante (ASSIS, 2013).
As aves e os roedores são considerados os hospedeiros mais importantes nas arboviroses de impacto para a saúde pública, e os mosquitos e carrapatos são considerados vetores artrópodes mais importantes (GUBLER, 2002). Acredita-se que as aves migratórias sejam responsáveis pela ampla distribuição geográfica de algumas arboviroses importantes (MANCUSO et al., 2022). Os vírus Apeu, Caraparu, Itaqui, Marituba, Nepuyo, Murutucu e Oriboca já foram isolados na floresta amazônica, que é uma das maiores reservas de arbovírus do mundo, e apesar da busca ativa naquela região ter sido realizada na década de cinquenta, ainda pouco se sabe sobre esses vírus (MACEDO et al., 1961). A literatura sobre os alguns sorogrupos do gênero Orthobuyavirus é escassa e ainda hoje sua importância é subestimada (ASSIS, 2013).
O vírus Oropouche é responsável por uma das doenças febris mais importantes do Brasil. O conhecimento atual sobre a distribuição do Oropouche, assim como da maioria dos Orthobunyavirus, é baseado na vigilância epidemiológica passiva de amostras coletadas em surtos (ROMERO-ALVAREZ & ESCOBAR, 2018). Por outro lado, a vigilância ativa revelou a circulação críptica do vírus em até 2% das pessoas que vivem em áreas não endêmicas, o que sugere uma distribuição silenciosa desse vírus para regiões não endêmicas, reforçando a necessidade de uma vigilância ativa mesmo nessas áreas (F. P. PINHEIRO et al., 1981).
Outra evidência da necessidade de uma vigilância ativa, é o relato do vírus Caraparu na região do Vale do Ribeira no estado de São Paulo (SP), em um trabalho de vigilância em aves realizado pelo Instituto Adolfo Lutz entre 1978 e 1990 (FERREIRA et al., 1994), bem como outros inquéritos sorológicos também realizados nessa região em crianças, adolescentes e adultos, que tiveram como resultado a detecção de anticorpos para o vírus Caraparu, Guaroa, Xingu, Utinga e Tacaiuma ( ROSA, 1980; IVERSSON et al., 1983).
Esses resultados indicam que para uma melhor perspectiva do atual cenário epidemiológico dessa região, uma testagem maior e uma coleta constante são medidas necessárias. Certamente, a distribuição subestimada dos Orthobunyavirus decorre do simples fato de que as investigações epidemiológicas para estes vírus estão concentradas apenas nas imediações de onde foram inicialmente isolados. Além disso, existem dificuldades nas investigações, devido à interpretação dos resultados dos testes sorológicos, já que são comuns reações cruzadas entre os vírus (ASSIS, 2013).
Nos últimos 30 anos, o surgimento e/ou ressurgimento de arboviroses tem representado uma considerável ameaça à saúde global, e são as ações de vigilância que podem ajudar a prever possíveis surtos. Um exemplo de que novas epidemias podem surgir a qualquer momento é a expansão geográfica contínua dos vírus da Dengue, juntamente com os surtos explosivos do vírus do Nilo Ocidental, do vírus Chikungunya e, mais recentemente, o vírus Zika (VASUDEVAN & HILGENFELD, 2018).
Grande parte das doenças causadas por arbovírus circulam em ambientes rurais entre seus vetores e seus hospedeiros vertebrados, que fazem a amplificação do vírus no ciclo de transmissão (VASUDEVAN & HILGENFELD, 2018). O ser humano pode atuar como um hospedeiro acidental ou como um reservatório, podendo dessa forma transmitir o vírus na presença de vetores competentes, e assim, disseminá-lo para fora do ambiente natural. Um conhecimento mais aprofundado de quais mecanismos impulsionam as mudanças nos ciclos de transmissão que resultam em que a população humana se torne significativamente mais exposta, ajudará a nos preparar para a próxima epidemia/pandemia emergente (OLIVAL et al., 2017).
CONCLUSÃO
Os Orthobunyavirus têm um grande potencial para causar surtos. Os resultados obtidos no presente estudo mostram que não há circulação de Orthobunyavirus nesta região no período estudado, no entanto, ele tem como limitação o pequeno número amostral avaliado. Uma vigilância ativa e continua permitirá uma melhor compreensão da incidência e da prevalência das infecções por Orthobunyavirus, e ajudará a prever possíveis surtos na região.
REFERÊNCIAS
ASSIS, M. (2013). “Caracterização dos vírus ITAQUI e CARAPARU (Orthobunyavirus do sorogrupo C): patogênese e genes induzidos da resposta imune inata” (Tese de Doutorado). Universidade Federal de Minas Gerais.
BUSCH IVERSSON, L., & COIMBRA, T. L. M. (1984). Encefalite na região do Vale do Ribeira, São Paulo, Brasil, no período pós-epidêmico de 1978 a 1983: situação do diagnóstico etiológico e características epidemiológicas. Revista de Saúde Pública, 18(4), 323–332. https://doi.org/10.1590/S0034-89101984000400007
BUSCH IVERSSON, L., TRAVASSOS DA ROSA, A. P., & TRAVASSOS DA ROSA, J. Estudos sorológicos para pesquisa de anticorpos de arbovírus em população humana da região do Vale do Ribeira. Ii-inquérito em pacientes do Hospital Regional de Pariquera-Açú, 1980.https://doi.org/10.1590/S0034-89101981000600002
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