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Resumo expandido publicado nos Anais da III Mostra dos Trabalhos de Conclusão de Curso da Especialização em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública. Para acessa-lo clique aqui.
Este trabalho foi escrito por:
Gabrielle Yuriko Batista de Moraes1; Ana Cristina Scarparo de Miranda2; Tamiko Ichikawa Ikeda2; Aurea Silveira Cruz Garçon2
1Estudante do Curso de Especialização em Vigilância Laboratorial em Saúde Pública – IAL; E-mail: [email protected]
2Docente/Pesquisadora do Núcleo de Cultura de Células – NCC – IAL.
Resumo: As culturas de células são amplamente utilizadas em diversas áreas, na pesquisa ou diagnóstico, além de serem uma excelente alternativa ao uso de testes com animais. Essas culturas devem ser autenticadas, tendo as suas características conhecidas, a espécie de origem comprovada e estarem livres de contaminação cruzada e microbiológica, especialmente por micoplasmas, o que pode evitar a perda de recursos financeiros, conhecimento científico e a credibilidade dos trabalhos publicados. Esta revisão tem como objetivo abordar e discorrer sobre algumas técnicas recomendadas para autenticação celular, assim como suas vantagens e limitações, colaborando com a conscientização da comunidade científica sobre a necessidade de utilizar linhagens celulares obtidas de coleções reconhecidas e a importância do constante monitoramento das mesmas. Sendo assim, foi realizada uma vasta busca na literatura sobre este tema e, de acordo com o levantamento, a comprovação da ausência de micoplasmas pode ser feita por cultura microbiológica, coloração fluorescente, técnica de ELISA, PCR, microscopia eletrônica ou método bioquímico (MycoAlertTM). Com relação à verificação de espécie, as metodologias disponíveis são eletroforese de isoenzimas, análise cromossômica, marcação imunológica e técnicas de biologia molecular para análise de regiões conservadas do genoma. Como toda técnica possui vantagens e limitações, deve-se empregar mais de uma para assegurar a identidade e ausência de contaminantes da linhagem utilizada. Além do uso destes ensaios para controle é essencial a utilização de técnicas assépticas em todas as etapas da manutenção das culturas, evitando a introdução de possíveis contaminantes. Todos estes cuidados são fundamentais para o sucesso dos estudos realizados com culturas celulares.
Palavras–chave: autenticação de linhagens celulares; contaminação; contaminação cruzada; cultura de células.
INTRODUÇÃO
Cultura de células é definida como um modelo in vitro que permite manter as células vivas, não mais organizadas em tecidos e órgãos. Essa técnica apresenta muitas vantagens em comparação aos modelos in vivo que utilizam animais em ensaios experimentais, tais como homogeneidade das linhagens, são mais econômicos, de fácil manipulação e controle, além de ser uma alternativa para substituir e/ou reduzir a utilização de animais em pesquisa. Suas aplicações vão da área de pesquisa ao diagnóstico, principalmente em Biologia Celular e Molecular, Bioquímica, Virologia, Farmacologia, Toxicologia e Oncologia, entre outras (PERES; CURI, 2005; ALVES; GUIMARÃES, 2010; MIGITA, 2012; GONÇALVES; SOBRAL, 2020).
Para que o conhecimento produzido com a utilização de células seja válido e reprodutível, é essencial que as linhagens celulares sejam autenticadas, ou seja, que sua identidade seja confirmada, espécie de origem comprovada e estejam livres de contaminantes, seja micro-organismos e/ou outras linhagens celulares. O uso de culturas contaminadas ou erroneamente identificadas gera resultados inválidos e consequentemente compromete a credibilidade da pesquisa realizada, além de disseminar informações equivocadas (CAPES-DAVIS et al., 2010; MARX, 2014; FREEDMAN et al., 2015; HORBACH; HALFFMAN, 2017; COSME et al., 2017).
Os principais micro-organismos que podem contaminar as culturas celulares são as bactérias, fungos e vírus. Dentre esses, os micoplasmas são as menores bactérias de vida livre, não possuem parede celular e pertencem à classe Mollicutes. São os contaminantes mais comuns em culturas celulares e um dos mais difíceis de identificar, podendo permanecer indetectáveis por várias passagens e alterar diversas características e respostas celulares (DREXLER; UPHOFF, 2002; MAHMOOD; ALI, 2017). Outro tipo de contaminação que pode ocorrer durante a cultura de células é a cruzada, quando diferentes linhagens celulares são misturadas ou identificadas erroneamente, resultando em uma cultura que não é mais condizente ao seu doador, tecido ou espécie de origem (ICLAC, 2022). As estimativas são de que cerca de 20 a 30 % das linhagens celulares possam estar contaminadas com outras ou erroneamente identificadas e de 5 a 35 % por micoplasmas, demonstrando a extensão desse problema (DREXLER; UPHOFF, 2002; CAPES-DAVIS et al., 2010; YOUNG; SUNG; MASTERS, 2010).
Por isso, antes de iniciar qualquer estudo é importante buscar maiores informações sobre as células que serão utilizadas em sites especializados como do Comitê Internacional de Autenticação de Linhagens Celulares – ICLAC e The Cellosaurus, entre outros (BAIROCH, 2018). Além disso, as linhagens celulares devem ser adquiridas, preferencialmente, de bancos de células reconhecidos, que possuem um controle de qualidade rigoroso (CAPES-DAVIS et al., 2010; GERAGHTY et al., 2014; MARX, 2014).
Para reduzir essa problemática, Nardone (2007) também sugere que as revistas e instituições de fomento à pesquisa exijam a comprovação da autenticação das linhagens para publicação de resultados e liberação de recursos financeiros, o que vem sendo adotado por algumas organizações, entre outras ações.
Este trabalho tem como objetivos abordar a importância da autenticação de linhagens celulares, discorrer sobre as principais técnicas disponíveis, assim como suas vantagens e limitações, o que colabora com a conscientização da comunidade científica sobre a necessidade de utilizar células obtidas de coleções reconhecidas e necessidade do constante monitoramento das mesmas.
METODOLOGIA
Esta revisão de literatura aborda o tema de autenticação celular e as principais técnicas recomendadas. Sendo assim, foi realizada uma consulta a base de dados do PubMed (https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed), utilizando os descritores: “cell culture”, “authentication”, “contamination”, “cross-contamination”, “misidentification”, “authentication techniques”; “authentication methods of cell culture”. As publicações foram avaliadas de acordo com título e resumo pertinentes ao tema e importância histórica e científica. Informações complementares foram obtidas no site do Comitê Internacional de Autenticação de Linhagens Celulares – ICLAC (https://iclac.org/).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Existem diversas técnicas que podem ser empregadas para autenticar as linhagens celulares, tanto na comprovação da ausência de contaminação por micoplasmas, quanto na verificação da espécie de origem para garantir que as mesmas não foram contaminadas com outra linhagem celular ou erroneamente identificadas.
Para a detecção de micoplasmas pode-se utilizar ensaios de cultivo microbiológico, coloração fluorescente, imunocoloração, PCR (Polymerase Chain Reaction), microscopia eletrônica e detecção bioquímica. O cultivo microbiológico foi uma das primeiras técnicas padronizadas, muito utilizado e considerado como “padrão-ouro”. Esse método possui alta sensibilidade e especificidade, permitindo o reconhecimento visual das colônias em ágar, com aspecto típico de “ovo frito”. No entanto, o crescimento desses micro-organismos é um processo demorado (três a quatro semanas) e nem todas as espécies de micoplasmas são cultiváveis (ATCC, 1992; DREXLER; UPHOFF, 2002; PERES; CURI, 2005; YOUNG; SUNG; MASTERS, 2010; GERAGHTY et al., 2014; WRIGLEY et al., 2014).
O método de coloração fluorescente, utilizando DAPI (4′,6-Diamidine-2′-phenylindole dihydrochloride) ou Hoechst 33258 (2′-(4-hydroxyphenyl)-5-(4-methyl-1-piperazinyl)-2,5′-bi-1H-benzimidazole trihydrochloride hydrate), é uma opção barata e relativamente rápida de ser realizada. Essas substâncias coram diretamente o DNA de forma inespecífica e, ao ser visualizado em microscópio com luz ultravioleta, permite observar pontos fluorescentes sobre e ao redor dos núcleos celulares, indicando contaminação (DREXLER; UPHOFF, 2002; PERES; CURI, 2005; GERAGHTY et al., 2014; ATCC, 2022).
A técnica de PCR também pode ser empregada na detecção de micoplasmas, é rápida e com elevada sensibilidade, geralmente empregando primers (oligonucleotídeos iniciadores) universais que identificam regiões conservadas entre as diferentes espécies. Há muitos protocolos disponíveis, seja por PCR convencional ou em tempo real, além de opções de kits comerciais de diversos fornecedores (DREXLER; UPHOFF, 2002; WRIGLEY et al., 2014).
Além dessas, é possível realizar a detecção bioquímica por meio de kits comerciais, como o MycoAlertTM, baseado na detecção de enzimas desses micro-organismos, avaliando os níveis de adenosina trifosfato (ATP) por luminescência. Embora tenha uma sensibilidade mediana, apresenta alta especificidade, permite a obtenção do resultado rapidamente, além de possuir controle positivo interno sem necessitar manipular culturas de micoplasmas (PERES; CURI, 2005; GERAGHTY et al., 2014; MAHMOOD; ALI, 2017; ATCC, 2022).
Para a confirmação da espécie de origem existem várias técnicas disponíveis, como eletroforese de isoenzimas, cariótipo, marcação imunológica, DNA fingerprint para análises das regiões de Short Tandem Repeat (STR), Variable Number of Tandem Repeat (VNTR), Single Nucleotide Polymorphism (SNP) e DNA barcode (CAPES-DAVIS et al., 2010; NIMS; REID, 2017; CAPES-DAVIS, 2018; ATCC, 2022).
Dentre essas, a eletroforese de isoenzimas é um método bioquímico que se baseia na diferença dos padrões estruturais apresentados por algumas enzimas entre as espécies, sem alterar sua função. Essas variações estruturais podem ser identificadas pela mobilidade eletroforética das isoenzimas presentes no extrato celular. A revelação do gel é feita utilizando substratos e cofatores específicos para a isoenzima desejada. Após a coloração das bandas, as distâncias de migração podem ser mensuradas e devem ser comparadas às linhagens usadas como controle e padrão do ensaio, NCTC clone 929 e HeLa, respectivamente (KAPLAN; HUKKU, 1998; NIMS et al., 1998; NIMS et al., 2010; ATCC, 2022).
Mesmo com o surgimento de metodologias baseadas em biologia molecular, a técnica de isoenzimas é de grande valia na comprovação da espécie de origem de linhagens celulares, pois a mesma é acessível, rápida, apresenta custo relativamente baixo e é capaz de detectar contaminação cruzada quando as células contaminantes correspondem a cerca de 10 % do número de células totais (NIMS et al., 1998; MACHADO et al., 2016; NIMS; REID, 2017).
Outra técnica disponível é a análise cromossômica, uma das primeiras técnicas utilizadas para identificação interespecífica, capaz de detectar rearranjos cromossômicos que são característicos de cada espécie. Para tal, devem ser analisadas ao menos 50 metáfases, o que permite a identificação do número de cromossomos, presença de possíveis marcadores, variações na ploidia e diferenciação de espécies (KAPLAN; HUKKU, 1998; CAPES-DAVIS et al., 2010). Porém, é uma metodologia trabalhosa e demorada, que necessita profissionais experientes para a correta interpretação dos resultados obtidos (KAPLAN; HUKKU, 1998; RAMYA et al., 2009; CAPES-DAVIS, 2018; ATCC, 2022).
A técnica de PCR é relativamente simples, robusta e sensível, amplamente utilizada para detecção de espécies (STACEY et al., 1997; RAMYA et al., 2009). Para a autenticação de linhagens não humanas pode ser empregada a técnica de DNA barcode, com a amplificação do gene do Citocromo C Oxidade subunidade I (COI) ou Citocromo B, ambos presentes no DNA mitocondrial (DNA Mt) e que apresentam variações entre as espécies, permitindo diferenciá-las. Ono e colaboradores (2007) utilizaram nested-PCR, com primers universais para uma região mitocondrial conservada (citocromo B, alça-D, RNAr 12S e 16S) na primeira reação e, em seguida, esse produto deve ser amplificado utilizando primers específicos para distinguir as espécies. Essa variação da PCR apresentou maior sensibilidade que a análise de isoenzimas, sendo capaz de detectar contaminações menores que 1% (ONO et al., 2007; RAMYA et al., 2009; NIMS; REID, 2017).
Para linhagens de células humanas, recomenda-se a técnica de STR fingerprint, baseado em sequências curtas de DNA, que permite a diferenciação de linhagens de indivíduos distintos. Essa técnica amplifica regiões de repetições com até cinco pares de bases dos marcadores polimórficos do genoma humano, com subsequente separação dos fragmentos em eletroforese capilar, que resulta em um padrão único. Recomenda-se analisar ao menos oito locus de STR mais amelogenina para diferenciação sexual. Os padrões obtidos consistem no número de repetições das sequências em cada alelo para os locus analisados e devem ser comparados com aqueles disponíveis em bancos de dados, como do ICLAC ou de biorrepositórios. Como variações nos padrões de STR podem ser observadas, foi estabelecido um mínimo de 80% de coincidência para que uma linhagem seja considerada autêntica; valores abaixo disso sugerem identidade suspeita ou mesmo que não corresponde à esperada, se a comparação revelar menos que 55% de compatibilidade (ICLAC, 2014). A análise de STR não permite identificar se uma linhagem humana foi contaminada por células de outra espécie animal, sendo necessário complementar a verificação com outro método.
Por conseguinte, é necessário que sejam feitos testes periódicos para garantir a autenticidade das linhagens celulares, tanto para ausência de micoplasmas quanto para confirmação da espécie de origem. Como todas as técnicas apresentam vantagens e limitações, o recomendado é empregar mais de uma metodologia para confirmar os resultados obtidos nos ensaios.
CONCLUSÕES
A autenticação das linhagens celulares é fundamental para garantir a validade dos resultados obtidos com sua utilização, evitando dois grandes problemas que afetam o uso de culturas de células, a ocorrência de contaminação cruzada e por micro-organismos, especialmente por micoplasmas. Há várias técnicas disponíveis para essas verificações e a escolha do método de autenticação, bem como a periodicidade, dependem da estrutura e condições do laboratório. Além disso, recomenda-se que seja empregada mais de uma metodologia, já que todas possuem suas vantagens e limitações. Ao assegurar a espécie de origem das células e a ausência de contaminantes, evita-se o desperdício de recursos financeiros e a perda de credibilidade, além de garantir a reprodutibilidade dos estudos com culturas celulares.
REFERÊNCIAS
ALVES, E. A.; GUIMARÃES, A. C. R. Cultivo celular. In: MOLINARO, E. M.; CAPUTO, L. F. G.; AMENDOEIRA, M. R. R. (Org.). Conceitos e métodos para a formação de profissionais em laboratórios de saúde. v. 2. Rio de Janeiro: EPSJV, p. 215-253, 2010.
ATCC. American Type Culture Collection. Authentication Test Recommendations. <https://www.atcc.org/resources/technical-documents/cell-line-authentication-test-recommendations>. Acesso em: 04 jan. 2022.
ATCC. American Type Culture Collection. Quality Control Methods for Cell Lines. 2 ed. United States of America, 1992.
BAIROCH, A. The Cellosaurus, a cell-line knowledge resource. Journal of Biomolecular Techniques. v. 29, n. 2, 2018.
CAPES-DAVIS, A. Cell Line Detective Work. Advances in Molecular Pathology, v. 1, n. 1, p. 229–238, 2018.
CAPES-DAVIS, A. et al. Check your cultures! A list of cross-contaminated or misidentified cell lines. International Journal of Cancer, v. 127, n. 1, p. 1–8, 2010.
COSME, B. et al. Are your results valid? Cellular authentication a need from the past, an emergency on the present. In Vitro Cellular and Developmental Biology – Animal, v. 53, n. 5, p. 430–434, 2017.
DREXLER, H. G.; UPHOFF, C. C. Mycoplasma contamination of cell cultures: Incidence, sources, effects, detection, elimination, prevention. Cytotechnology, v. 39, n. 2, p. 75–90, 2002.
FREEDMAN, L. P. et al. Reproducibility: Changing the policies and culture of cell line authentication. Nature Methods, v. 12, n. 6, p. 493–497, 2015.
GERAGHTY, R. J. et al. Guidelines for the use of cell lines in biomedical research. British Journal of Cancer, v. 111, n. 6, p. 1021–1046, 2014.
GONÇALVES, J. C. R.; SOBRAL, M. V. Cultivo de células: da teoria à bancada. João Pessoa: Editora UFPB, 2020.
HORBACH, S. P. J. M.; HALFFMAN, W. The ghosts of HeLa: How cell line misidentification contaminates the scientific literature. PLoS ONE, v. 12, n. 10, p. 1–16, 2017.
ICLAC. International Cell Line Authentication Committee. Disponível em: <https://iclac.org/>. Acessoem: 04 jan. 2022.
ICLAC. International Cell Line Authentication Committee. Guide to human cell line authentication, 2014. Disponível em: <https://iclac.org/resources/human-cell-line-authentication/>. Acesso em: 04 jan. 2022.
KAPLAN, J.; HUKKU, B. Cell line characterization and authentication. Methods in Cell Biology, v. 57, n. 57, p. 203–216, 1998.
MACHADO, J. Z.; MIRANDA, A. C. S.; CRUZ, A. S. G6PD and MDH Isoenzyme Electrophoresis for Cell Lines Authentication. Virus Review and Research, v. 21, p. 1-4, 2016.
MAHMOOD, A.; ALI, S. Microbial and Viral Contamination of Animal and Stem Cell Cultures: Common Contaminants, Detection and Elimination. Journal of Stem Cell Research & Therapeutics, v. 2, n. 5, p. 149–155, 2017.
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MIGITA, N. A. “Cultivo celular in vitro : importância para a pesquisa biomédica e dimensão da problemática de autenticação de linhagens celulares”. Monografia, Instituto de Biociências de Botucatu, UNESP, 2012.
NARDONE, R. M. Eradication of cross-contaminated cell lines: A call for action. Cell Biology and Toxicology, v. 23, n. 6, p. 367–372, 2007.
NIMS, R. W. et al. Sensitivity of isoenzyme analysis for the detection of interspecies cell line cross-contamination. In Vitro Cellular and Developmental Biology – Animal, v. 34, n. 1, p. 35–39, 1998.
NIMS, R. W. et al. Short tandem repeat profiling: Part of an overall strategy for reducing the frequency of cell misidentification. In Vitro Cellular and Developmental Biology – Animal, v. 46, n. 10, p. 811–819, 2010.
NIMS, R. W.; REID, Y. Best practices for authenticating cell lines. In Vitro Cellular and Developmental Biology – Animal, v. 53, n. 10, p. 880–887, 2017.
ONO, K. et al. Species identification of animal cells by nested PCR targeted to mitochondrial DNA. In Vitro Cellular and Developmental Biology – Animal, v. 43, n. 5–6, p. 168–175, 2007.
PERES, C. M.; CURI, R.; PAFFARO, A. M. D. A.; MARTINS, A. K. A.; PIMENTA, A.; GONÇALVES, C. R; MARTINS, E. F. Como cultivar células. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2005.
RAMYA, R. et al. Identification of cross-contaminated animal cells by PCR and isoenzyme analysis. Cytotechnology, v. 61, n. 3, p. 81–92, 2009.
STACEY, G. N.; HOELZL, H.; Stephenson, J. R.; Doyle, A. Authentication of animal cell cultures by direct visualization of repetitive DNA, aldolase gene PCR and isoenzyme analysis. Biologicals v. 25, p. 75–85, 1997.
WRIGLEY, J. D. et al. Cell banking for pharmaceutical research. Drug Discovery Today, v. 19, n. 10, p. 1518–1529, 2014.
YOUNG, L.; SUNG, J.; MASTERS, J. R. Detection of mycoplasma in cell cultures. Nature Protocols, v. 5, n. 5, p. 929–934, 2010.
Pesquisadores da universidade de toronto publicaram um artigo contendo informações importantes sobre a varíola do macaco.
1 - A doença é uma infecção viral com transmissão de pessoa para pessoa transmissão por contato direto ou fômites; 2 - Os sintomas contam com Uma erupção cutânea com lesões distintas e tipicamente precedida por febre, mialgia e linfadenopatia; 3- Todos devem seguir os procedimentos com precauções em ter cuidado com o contato de pessoas contaminadas caso tenha algum sintoma notifique as autoridades de saúde pública; 4 - Poucos pacientes têm sintomas graves da doença que requer internação hospitalar; 5 - A vacinação em áreas de risco e o rastreamento de contatos podem ajudar a conter a disseminação. O texto completo você consegue acessar em: https://www.cmaj.ca/content/cmaj/early/2022/06/02/cmaj.220795.full.pdf
O candidato terá que ministrar aula nas seguintes disciplinas: Bioquímica; LOT2015; Engenharia Bioquímica II; LOT2023 – Processos bioquímicos; industriais e LOT2028 – Tecnologia de processos fermentativos
O Diretor da Escola de Engenharia de Lorena da Universidade de São Paulo – EEL/USP torna público o edital ATAc/EEL/USP – Nº 08/2022 que trata de concurso público de títulos e provas para provimento de 1 (um) cargo de professor doutor, junto ao departamento de biotecnologia.
Os pedidos de inscrição deverão ser feitos, exclusivamente, por meio do link https://uspdigital.usp.br/gr/admissao, no período acima indicado, devendo o candidato apresentar
requerimento dirigido ao Diretor da Escola de Engenharia de Lorena, Prof. Dr. Silvio Silverio da Silva, contendo dados pessoais e área de conhecimento (especialidade) do Departamento a que concorre, acompanhado dos seguintes documentos.
O concurso será realizado segundo critérios objetivos, em duas fases, por meio de atribuição de notas em provas, assim divididas: 1ª fase (eliminatória) I – prova escrita – peso 01 e 2ª fase – julgamento do memorial com prova pública de arguição – peso 04; Prova didática – peso 02; Prova pública oral de arguição do projeto de pesquisa – peso 03.
A remuneração é de: R$ 11.069,17
Para maiores informações entrar no edital: Clique aqui!
A oportunidade são para graduados em Engenharia Civil COM Especialização ou Mestrado ou Doutorado em Engenharia Civil ou Educação.
O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sul de Minas Gerais, tornou público o edital Nº 155/2022 DE PROCESSO SELETIVO SIMPLIFICADO para duas vagas de docente no Campus Pouso Alegre.
As inscrições são gratuitas e somente serão admitidas via Internet, no endereço eletrônico do IFSULDEMINAS: www.ifsuldeminas.edu.br/concurso, no período de 01 de junho de 2022 até às 23h59 do dia 14 de junho de 2022, horário de Brasília
O concurso será composto das seguintes provas: Prova de Títulos.
Para maiores informações entrar no edital:
O uso de um extrato vegetal como agente redutor e capeador de nanopartículas metálicas tem chamado atenção recentemente devido ao seu protocolo vantajoso por ser uma técnica verde rápida, simples, ecologicamente correta e economicamente viável.
As nanopartículas de prata (AgNPs) são uma das nanopartículas mais projetadas e utilizadas em diversas áreas comerciais, incluindo dispositivos médicos, produtos de saúde, agentes de limpeza, armazenamento de alimentos, embalagens e revestimentos têxteis. Eles também são usados para aplicações ambientais devido à sua potente atividade antimicrobiana contra bactérias , vírus e fungos e eles têm sido amplamente utilizados em produtos biomédicos, como adicioná-los a curativos, sprays antissépticos e cremes tópicos devido à sua capacidade de romper a membrana de organismos patogênicos , perturbando assim as atividades enzimáticasdo microrganismo.
As nanopartículas de prata podem ser sintetizadas por diferentes métodos. O protocolo tradicional de síntese química envolve a presença do precursor metálico (por exemplo, nitrato de prata), do agente redutor (por exemplo. borohidreto de sódio) e o agente de nivelamento/estabilização (geralmente um polímero, como polietilenoglicol , álcool polivinílico, quitosana ou alginato) para evitar a agregação de nanopartículas. Embora as rotas tradicionais para sintetizar nanopartículas metálicas sejam conhecidas por terem controle superior da distribuição de tamanho e reprodutibilidade das nanopartículas, essas rotas envolvem alto aporte de energia, presença de produtos químicos tóxicos e, em alguns casos, presença de temperatura e pressão controladas, o que pode levar a contaminação ambiental e altos custos.
Diante deste problema e buscando alternativas mais verdes, pesquisadores da Universidade Federal do ABC Santo André, SP, Brasil, publicaram um estudo na revista: Applied Surface Science onde obtiveram nanopartículas de prata via síntese biogênica mediada por extrato de chá verde. O chá verde ( Camellia Sinensis ) é uma rica fonte de compostos polifenólicos, e tem sido explorado como fonte natural na síntese de nanopartículas.
Diante dos motivos explorados pelos pesquisadores efetuou-se um síntese biogênica de AgNPs um extrato comercial de chá verde como agente redutor e capeador e as nanopartículas foram ainda revestidas com PEG a fim de aumentar as aplicações potenciais para as AgNPs sintetizadas no chá verde. Além disso, a avaliação in vitro da permeação de AgNPs, a citotoxicidade e a atividade antimicrobiana de AgNPs contra várias cepas de bactérias patogênicas gram-positivas e gram-negativas foram caracterizadas.
Os resultados demonstraram a formação bem-sucedida de AgNPs mediadas por plantas por um extrato comercial de chá verde com um protocolo verde simples. Curiosamente, a atividade antibacteriana das nanopartículas contra diferentes cepas bacterianas foi demonstrada em concentrações onde as nanopartículas não eram tóxicas para células de mamíferos.
Os dados completos podem ser conferidos nas referências. Gostou do conteúdo? Leia mais no nosso Blog!
Referência: ROLIM, Wallace R. et al. Síntese biogênica mediada por extrato de chá verde de nanopartículas de prata: Caracterização, avaliação de citotoxicidade e atividade antibacteriana. Applied Surface Science , v. 463, p. 66-74, 2019. doi.org/10.1016/j.apsusc.2018.08.203
A oportunidade são para doutores em Genética ou Biotecnologia para atuar no regime de dedicação exclusiva
A Universidade Federal de Uberlândia tornou público o edital Nº 74/2022 DE CONCURSO PÚBLICO para docente dedicação exclusiva com atuação no Instituto de Biotecnologia campus Umuarama localizado na cidade de Uberlândia / MG.
As disciplinas que serão ministradas pelo docente são: Disciplinas da área de Genética Médica, Genética, Biotecnologia e quaisquer outras disciplinas determinadas pela Unidade, correlatas à área do concurso público.
O concurso será composto das seguintes provas: Prova escrita (Eliminatório e classificatório), prova didática (Eliminatório e classificatório) e análise de títulos (classificatório).
Para maiores informações entrar em contato no Email: [email protected]
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Para realizar a remoção simultânea de óleos e corantes miscíveis em água, um aerogel versátil de carbono/nitreto de carbono grafítico (gC 3 N 4 ) com alta compressibilidade e superoleofofobia subaquática foi fabricado por pirólise in situ de uréia nas superfícies de fibras de algodão.
Pesquisadores da University of Science & Technology, pensando em tratar água residuárias desenvolveram um aerogel versátil de carbono/nitreto de carbono grafítico. O estudo foi publicado na Materials Letters.
O aerogel foi preparado por pirólise in situ de ureia na superfície das fibras de algodão. As superfícies das fibras de carbono foram densamente cobertas com uma camada de nanopartículas , fazendo com que o aerogel preparado apresentasse alta compressibilidade e superoleofobicidade subaquática. A remoção contínua e simultânea de óleos e corantes da emulsão apenas impulsionada pela gravidade foi alcançada com altas REs usando aerogel carbono/gC 3 N 4 . Várias emulsões de óleo em água, águas residuais de corantes e até mesmo suas misturas podem ser purificadas de forma eficaz com excelente reciclabilidade. Portanto, os cientístas acreditam que o carbono/gC 3 preparadoO aerogel N 4 é muito promissor para a purificação de águas residuais.
Os dados completos podem ser conferidos nas referências. Gostou do conteúdo? Leia mais no nosso Blog!
Yang, Jin, et ai. “Fabricação de aerogel de carbono/g-C3N4 superoleofóbico compressível e subaquático para purificação de águas residuais.” Cartas de Materiais 254 (2019): 210-213. https://doi.org/10.1016/j.matlet.2019.07.069
A Agron Science junto com sua diretoria, convida pesquisadores e profissionais para colaborar com a organização do evento. O objetivo é permitir maior dinamismo e participação de diferentes perspectivas da química dos produtos naturais em nível nacional e internacional, assim como estimular a formação de redes de pesquisadores.
O I Congresso Brasileiro de Química dos Produtos Naturais – (CBQNAT), que acontecerá nos dias 26 e 27 de Janeiro de 2023 (previsão), será um evento que trará discussões da área de química dos produtos naturais, abordando a temática “a definir”. Também incentivará a troca de experiências entre discentes, docentes e empresários, promovendo o desenvolvimento científico e tecnológico na área de química dos produtos naturais.
O I CBQNAT disponibilizará em sua programação palestras, mesas redondas, apresentações e publicação de trabalhos científicos.
Dentre as oportunidades que o I Congresso Brasileiro de Química dos Produtos Naturais oferece aos congressistas, destacam-se: a interação entre especialistas, instituições de pesquisa, empresários e empreendedores dos mais diversos setores da área. Isto garante que o conhecimento seja compartilhado em todos os aspectos.
As incrições poderão ser realizadas por meio deste formulário eletrônico:
Uma pesquisa recente confirmou que os cães podem podem ser ensinados a identificar indivíduos com infecção por coronavírus a partir de zaragatoas. O estudo foi realizado no Aeroporto Internacional de Helsinki-Vantaa, na Finlândia, onde encontrou-se precisão dos cães na identificação de 92% das amostras.
A identificação e o isolamento rápidos e precisos de pacientes com infecção por coronavírus é uma parte importante do gerenciamento global da pandemia. O diagnóstico atual de infecção por coronavírus é baseado em um teste de PCR que identifica com precisão e sensibilidade. No entanto, os testes de PCR são inadequados para rastrear grandes massas de pessoas devido, entre outras coisas, aos seus resultados lentos e alto custo.
Pesquisadores das Faculdades de Medicina Veterinária e Medicina da Universidade de Helsinque e do Hospital Universitário de Helsinque projetaram em conjunto uma configuração de estudo triplo-cego, randomizado e controlado para testar a precisão de cães treinados para detecção de cheiro, onde nenhum do trio (cão , adestrador de cães ou pesquisador) – sabia quais das amostras de zaragatoas de pele farejadas eram positivas e quais eram negativas. O estudo também analisou fatores que potencialmente interferem na capacidade dos cães de reconhecer uma amostra positiva.
O estudo de três facetas já foi publicado na revista BMJ Global Health . O estudo fornece informações valiosas sobre o uso de cães farejadores no controle da pandemia.
Na primeira fase do estudo, os cães foram ensinados a discriminar as amostras de swab de pele de pacientes com coronavírus daquelas de voluntários que deram negativo. Após um período de treinamento de várias semanas, os cães se mudaram do centro de treinamento para o aeroporto de Helsinque-Vantaa para as próximas etapas do estudo.
Na segunda fase do estudo, quatro cães treinados completaram um teste de validação para comprovar sua capacidade discriminatória. Durante o experimento, cada cão recebeu uma série de 420 amostras durante um período de sete dias. Como várias amostras paralelas foram coletadas de cada doador de amostra, cada cão recebeu um conjunto idêntico de 114 amostras de pacientes com coronavírus e 306 amostras de controle para cheirar. O status de coronavírus de todos os doadores de amostra foi confirmado por PCR. Durante cada dia de teste, o cão farejou 20 pistas de amostra com três amostras cada, com as pistas apresentadas em ordem aleatória.
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Universidade de Helsinque. “Os cães farejadores detectam o coronavírus de forma confiável a partir de zaragatoas de pele”. ScienceDaily. ScienceDaily, 17 de maio de 2022. <www.sciencedaily.com/releases/2022/05/220517094836.htm>.
Anu Kantele, Juuso Paajanen, Soile Turunen, Sari H Pakkanen, Anu Patjas, Laura Itkonen, Elina Heiskanen, Maija Lappalainen, Loic Desquilbet, Olli Vapalahti, Anna Hielm-Björkman. Cães farejadores na detecção de COVID-19: estudo randomizado triplo-cego e triagem operacional da vida real em ambiente aeroportuário . BMJ Saúde Global , 2022; 7: e008024 DOI: 10.1136/bmjgh-2021-008024
Um lanche suplementado com pó de folha Moringa oleifera foi desenvolvido e verificou-se o seu efeito na composição nutricional e aceitabilidade do lanche pelo consumidor.
A taxa de mortalidade das crianças foi estimada em 3,1 milhões anualmente, e as deficiências de micronutrientes contribuíram para 1,1 milhão de mortes em todo o mundo. As deficiências de ferro e vitamina A são as mais prevalentes no mundo, especialmente em crianças. Globalmente, 190 milhões de crianças pré-escolares são afetadas pela deficiência de vitamina A , e a deficiência é mais prevalente na região da África Subsaariana (48%).
A ( Moringa oleifera Lam.) é uma planta nativa do subcontinente indiano e naturalizada nas áreas tropicais e subtropicais de todo o mundo, é tolerante à seca e mais adequada para crescer em trópicos quentes e semiáridos. A moringa é uma das árvores mais úteis do mundo, pois quase todas as partes da árvore podem ser usadas para alimentos, medicamentos e fins industriais. Além disso, as folhas de Moringa são supostamente ricas em vários nutrientes: 10 vezes a vitamina A encontrada nas cenouras, 17 vezes o cálcio do leite, 15 vezes o potássio das bananas, 25 vezes o ferro do espinafre , 9 vezes a proteína do iogurte. Apesar das inúmeras vantagens da Moringa oleifera , seu uso na fortificação de alimentos é limitado.
Pensando nisto pesquisadores da Universidade de KwaZulu-Natal, África do Sul pensaram que a incorporação do pó da folha de Moringa oleifera (MOLP) em lanches poderia contribuir para o combate à insegurança alimentar e nutricional de crianças vulneráveis à desnutrição. Assim a pesquisa teve como objetivo investigar a composição nutricional e a aceitabilidade do consumidor de salgadinhos à base de folhas de Moringa oleifera para melhorar a segurança alimentar e nutricional de crianças.
Os resultados foram animadores! O estudo demonstrou que existe potencial para melhorar o teor de nutrientes dos lanches com a incorporação de cerca de 1% de pó de folhas de moringa, o que contribuiria para combater a insegurança alimentar e nutricional de crianças de comunidades de baixo nível socioeconômico. O snack 1% MOLP apresentou o maior teor de Ca, Mg, K e Fe em relação ao controle.
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Referência: ZUNGU, N. et al. Avaliação da composição nutricional e aceitabilidade do consumidor de salgadinhos à base de pó de folha de Moringa oleifera (MOLP) para melhorar a segurança alimentar e nutricional de crianças. South African Journal of Botany , v. 129, p. 283-290, 2020. https://doi.org/10.1016/j.sajb.2019.07.048