ANÁLISE DO PERFIL BIOLÓGICO E FARMACOLÓGICO DO CAJUEIRO (Anacardium occidentale)
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Capítulo de livro publicado no Congresso Brasileiro de Química dos Produtos Naturais. Para acessa-lo clique aqui.
Este trabalho foi escrito por:
Marcio Michael Pontes *; Paloma Andrade Santos Araújo ; Vinícius Araújo de Oliveira ; Nathalia Alexandre Eloy Lins ; Gisele Nayara Bezerra da Silva ; Rosângela Estevão Alves Falcão
Marcio Michael Pontes – [email protected]
Resumo: A utilização de compostos naturais com fins terapêuticos é um costume amplamente difundido na cultura do homem. Durante a história da humanidade, a utilização de compostos encontrados em plantas com fins medicinais foi por um longo tempo utilizado no tratamento de infecções, inflamações e outras patologias, este comportamento resultou no desenvolvimento de fármacos que são comumente encontrados em farmácias e utilizados nos dias atuais. Dentre as espécies vegetais utilizadas pode-se destacar o cajueiro(Anacardium occidentale), planta típica do nordeste brasileiro, representada por árvores de grande porte e de importância econômica, uma vez que seu fruto e pseudofruto podem ser comercializado, visto sua vasta utilização na culinária, sendo incorporado em vários pratos da culinária nordestina. Ademais, a composição fitoquímica do cajueiro atribui a essa espécie uma grande capacidade farmacológica. Segundo estudos, a espécie pode ser utilizada no tratamento de doenças causadas por fungos, bactérias e outros microorganismos causadores de infecções ou inflamações. O trabalho em questão visa analisar a composição fitoquímica do cajueiro, compostos secundários, capacidade farmacológica e caracterização botânica da espécie, fazendo uma comparação entre trabalhos existentes na literatura, realizando um levantamento de dados em plataformas digitais como o Google Acadêmico, Scielo, Science Direct, Pubmed e Lilacs, após a seleção dos artigos realizado uma triagem para a escrita do trabalho.
Palavras–chave: Anacardium occidentale, etnofarmacologia, Botânica, Cajueiro, Revisão de literatura
Abstract: The use of natural compounds for therapeutic purposes is a widespread custom in human culture. During human history, the use of compounds found in plants for medicinal purposes was for a long time used in the treatment of infections, inflammations and other pathologies, this behavior resulted in the development of drugs that are commonly found in pharmacies and used today. Among the plant species used, the cashew tree (Anacardium occidentale) can be highlighted, a typical plant from the Brazilian northeast, represented by large trees of economic importance, since its fruit and pseudofruit can be commercialized, given its wide use in cooking, being incorporated into several dishes of northeastern cuisine. Furthermore, the phytochemical composition of the cashew tree gives this species a great pharmacological capacity. According to studies, the species can be used in the treatment of diseases caused by fungi, bacteria and other microorganisms that cause infections or inflammations. The work in question aims to analyze the phytochemical composition of the cashew tree, secondary compounds, pharmacological capacity and botanical characterization of the species, making a comparison between existing works in the literature, carrying out a data survey on digital platforms such as Google Scholar, Scielo, Science Direct, Pubmed and Lilacs, after selecting the articles, a screening was carried out for the writing of the work.
Key Word: Anacardium occidentale, ethnopharmacology, Botany, Cashew, Literature review
INTRODUÇÃO
As plantas são importantes fontes de compostos químicos que podem ser utilizados com diversas finalidades, as vias metabólicas secundárias das plantas dão origem a compostos como taninos, cumarinas, flavonoides, alcaloides, glicosídeos e terpenos (FERREIRA, 2005). A presença desses compostos em plantas representa a composição fitoquímica de diferentes espécies, apresentando substâncias que podem ser utilizadas na indústria farmacêutica para a produção de medicações a base de compostos naturais simples ou combinados sendo uma alternativa mais acessível para populações mais carentes quando utilizados in natura, e até mesmo, podendo ser utilizadas para diminuir o uso excessivo de medicações sintéticas. Para isto, é importante investigar os compostos presentes em plantas, isso é feito a partir de estudos farmacológicos dos compostos químicos que podem estar presentes em espécies vegetais.
A etnofarmacologia é um ramo da farmacologia que faz o uso do conhecimento popular associado a estudos laboratoriais que visa analisar o potencial terapêutico de espécies vegetais com a finalidade de produzir medicações à base destes produtos.
O uso de produtos naturais com propriedades terapêuticas pela civilização humana é antigo e, por um longo tempo, o uso de produtos minerais, vegetais e animais foi a principal fonte de substâncias de uso terapêutico (RATES, 2001 apud SILVA, 2015. p1). Várias espécies de vegetais existentes possuem potencial fitoquímico, podendo ser utilizado diversas partes da planta para tais fins. Estima-se a existência de aproximadamente, 250.000 espécies de plantas no mundo e, provavelmente, apenas 10% foram testadas em ensaios biológicos (HARVEY, 2000 apud SILVA, 2015. p1).
A vasta extensão territorial Brasileira atribui ao país uma grande diversidade de espécies vegetais que podem ser utilizadas com diversas finalidades, a exemplo disso a exploração da fruticultura, flores ornamentais e o mercado de fármacos naturais que cresceram significativamente nos últimos anos. Dentre os produtos exportados pelo país está o fruto do cajueiro, a castanha e o seu pseudofruto, o caju.
A espécie em questão tem sido utilizada economicamente, uma vez que o fruto é rico em vitaminas e favorecendo a produção de uma variedade de produtos alimentícios processados ou ainda podendo ser consumido in natura.
Anacardium occidentale, popularmente conhecido como cajueiro, cajueiro roxo, cajueiro branco ou cajueiro comum, é uma planta típica da região nordeste, encontrada no bioma da caatinga, cerrado e regiões de floresta amazônica. A planta possui grande potencial tanto econômico, devido a comercialização de seu fruto, a amêndoa da castanha que pode ser consumida em diversos pratos da culinária nordestina, assim como o pedúnculo, ou pseudofruto, que possui diversas colorações e pode ser utilizado na produção de doces e sucos, quanto farmacologia, utilizando-o com diversos fins terapêuticos, inclusive como antimicrobiano.
Nesta perspectiva, o presente trabalho visa analisar o potencial farmacológico do cajueiro, Anacardium occidentale, fazendo um levantamento bibliográfico a respeito dos compostos presentes na espécie vegetal em questão, assim como a utilização do mesmo para produção de medicações.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada consiste em uma revisão de literatura baseada em artigos publicados em periódicos indexados nas bases de dados Google Acadêmico, Scielo, Pubmed e Science Direct, publicados entre 2015 e 2022, sendo realizado um levantamento de artigos relacionados à utilização de Anacardium occidentale L, termo que foi utilizado com descritor durante a seleção dos artigos. Foram encontrados 94 artigos relacionados ao tema da pesquisa nos quais foram escolhidos inicialmente 38.
O trabalho foi desenvolvido em três etapas, inicialmente foi feita a seleção do material utilizado, dois revisores fizeram um levantamento de dados dos artigos selecionados, analisando em cada trabalho, a composição fitoquímica do cajueiro, compostos secundários, a utilização da planta como fármaco, o potencial antimicrobiano e antiinflamatório da espécie e conceitos de botânica, totalizando a utilização de 17 artigos na pesquisa bibliográfica.
Ao final, quatro artigos abordam conceitos de botânica, oito apresentaram a utilização farmacológica e atividade biológica do cajueiro, e seis apresentaram a composição fitoquímica de compostos secundários da planta. O artigo de Jaramillo-Salazar et al foi revisado em dois diferentes tópicos do trabalho (tabela 1).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os metabólitos secundários são compostos produzidos por plantas que tem como finalidade a proteção da espécie vegetal frente a agentes abióticos e bióticos, além de atribuir à planta potencial farmacológico, sendo de grande importância para a saúde humana. Cada composto apresenta especificidades, que podem ser utilizadas frente a diversas patologias. Essas substâncias são fruto de adaptações que a planta desenvolve ao longo dos anos, esse mecanismo possibilita um desenvolvimento adaptável à espécie sem comprometer as células e processos fisiológicos, que podem ser influenciados por fatores externos. (ISAH, 2019 apud BORGES 2020)
Os compostos secundários realizam importante papel no processo evolutivo de espécies vegetais assim como na interação destes com os seres vivos. Eles são divididos em três grupos: terpenos, compostos fenólicos e nitrogenados. A primeira classe, os terpenos, são representados por compostos de 5 carbonos, Os diferentes terpenos incluem hemiterpenos (C5), monoterpenos (C10), sesquiterpenes (C15), diterpenes (C20), sesterpenos (C25), triterpenes (C30), tetraterpenos (C40) e politerpenos (> C40) (BROCK e DICKSCHAT, 2013 apud BORGES 2020).
Os compostos fenólicos estão inclusos em um grupo quimicamente heterogêneo, com aproximadamente 10.000 compostos. Segundo DE LA ROSA et al., 2019 apud BORGES 2020: Alguns desses compostos são solúveis apenas em solventes orgânicos, outros são ácidos carboxílicos e glicosídeos solúveis em água e ainda existem alguns que são grandes polímeros insolúveis.
A última classe, os compostos nitrogenados, estão inclusos os alcalóides, glicosídeos cianogênicos e aminoácidos não proteicos, dentre os quais os alcalóides são encontrados em aproximadamente 20% das espécies, representando assim um dos principais compostos nitrogenados existentes, sendo muito utilizados na farmacologia (BORGES 2020)
CARACTERIZAÇÃO BOTÂNICA E FITOQUÍMICA DO CAJUEIRO
O cajueiro comum, Anacardium occidentale L., é uma espécie pertencente à família Anacardiaceae, a qual está incluso árvores de grande porte e arbusto, sendo típica de clima tropical e subtropical, formado por duas partes o fruto, a castanha, e o pseudofruto, o caju, que pode ser utilizada para a produção de suco.
Anacardium são plantas adaptadas para solos argilosos e pedregosos, geralmente crescem em altitudes de aproximadamente 600 metros, preferencialmente em solos bem drenados, podendo atingir entre 4,5 a 6,5 metros, com períodos de vida de aproximadamente 30 a 40 anos, entre o terceiro a quarto ano a espécie começa a dar frutos. Segundo SALEHI 2019(1):
”O sistema radicular de uma árvore madura consiste em uma raiz mestra e uma rede extensa e bem desenvolvida de raízes laterais e submersas, depois de cultivadas a partir de sementes [ 7]. A produção geralmente leva três anos após o plantio e oito anos antes que o rendimento econômico possa começar. No entanto, algumas raças, como o cajueiro anão, iniciam a produção em apenas um ano e atingem a colheita econômica em três anos [ 8 ]. A polinização das flores é feita por moscas, abelhas, formigas e vento. A planta é autofértil, prefere solo úmido, tolera seca, vento forte, mas não exposição marítima [ 9 ].”
Utilizado comumente por comunidades, principalmente de zona rural, como cicatrizante, suas folhas e casca podem ser utilizadas para o tratamento de úlceras na região da boca, assim como no tratamento de diversas patologias inflamatórias. Além de apresentar propriedades antibacterianas e antifúngicas, representando uma alternativa para o tratamento de infecções em cavidade bucal. (ALVARENGA et al, 2016(2); ANAND et al., 2015(3)).
A família é constituída por aproximadamente 81 gêneros e mais de 800 espécies. muitos exemplares possuem frutos e pseudofrutos que constituem um importante recurso alimentar, como por exemplo o cajueiro (Anacardium occidentale L.), mangueira (Magifera indica L.), pistache (Pistacia vera L.) e umbuzeiro (Spondias tuberosa Arruda) (Montanari et al., 2012; Fyfe et al., 2020 apud BEZERRA, 2021.)(4).
Jaramillo-Salazar et al (2019)(5), realizou testes fitoquímicos com extratos rotoevaporados de solventes de diferentes polaridades de Anacardium occidentale (água, metanol, acetato de etila, hexano e acetona). Nos testes fitoquímicos de cada extrato foram encontrados os seguintes compostos: para a fração hexânica identificou-se compostos da classe dos flavonóides; para a fração acetônica foram encontrados flavonóides, triterpenos e esteróides (figura 1); a fração acetato de etila possui alcalóides, flavonóides e lactonas e nas frações metanólica e aquosa encontram-se alcalóides, flavonóides, triterpenos e esteróides.
Cruz-Reina et al (2022)(6) identificou os compostos secundários do suco do pseudofruto e do bagaço de duas variedades de Anacardium occidentale, a variedade Mapiri e a variedade 8315. No pseudofruto identificou taninos, alcalóides em alta quantidade e carotenóides em ambas as variedades. No bagaço identificou leucoantocianinas, taninos, esteróides e carotenóides também em ambas variedades. As duas variedades apresentaram perfis fitoquímicos muito semelhantes. Tanto o pseudofruto quanto o bagaço possuem ácido ascórbico.
Zuharah et al (2021)(7) fez a identificação de compostos secundários do extrato metanólico do tronco de diferentes espécies arbóreas, entre elas a A. occidentale. Em seu trabalho ele encontrou a presença de saponinas, taninos, açúcares redutores, flavonóides e esteróides. Os flavonóides encontrados em maior abundância foram a quercetina e a apigenina.
Sruthi, Roopavathi, Naidu M (2022)(8) avaliaram os compostos secundários da casca da castanha de Anacardium occidentale. Encontraram muitos compostos das classes polifenóis e flavonóides. Os testes realizados mostraram que os compostos encontrados foram: Flavonóis, flavanonas, antocianinas, taninos condensados e catequinas.
Costa et al (2020)(9) fez a caracterização fitoquímica de extratos etanólicos da casca do tronco e das folhas de A. occidentale. Em seu trabalho, ele encontrou compostos da classe dos flavonóides e taninos condensados e hidrolisáveis em ambos os extratos, também identificou a presença de catequinas. Quercetina foi encontrada no extrato das folhas.
Costa et al (2021)(10) encontrou a presença de ácidos fenólicos, flavonóides como a luteolina e a agatisflavona, catequinas e taninos no extrato etanólico da casca do tronco de A. occidentale. A caracterização fitoquímica do A. occidentale (tabela 2) indica alta presença de compostos da classe dos flavonóides, como as leucoantocianinas e também de alcalóides. Os carotenóides que também foram encontrados são uma classe de compostos secundários conhecidos por seu potencial antioxidante. Os taninos foram encontrados na maioria dos trabalhos revisados, indicando abundância dessa classe de compostos na planta.
ATIVIDADES BIOLÓGICAS E FARMACOLÓGICAS
Jaramillo-Salazar et al (2019) (5), analisou o potencial, antibacteriano e antifúngico de Anacardium occidentale com extratos feitos com solventes de diferentes polaridades (água, metanol, acetato de etila, hexano e acetona) feitos por rotoevaporação. Para a avaliação do potencial antibacteriano foi utilizada a bactéria Staphylococcus aureus. Apenas os extratos hexânico e acetato de etila apresentaram atividade antibacteriana. Para a análise antifúngica se utilizou as espécies: Aspergillus niger e Trichophyton rubrum. Apenas os extratos acetato de etila e acetônico apresentaram atividade antifúngica.
O extrato etanólico bruto de Anacardium occidentale apresentou boa atividade plasmodicida frente a espécie Plasmodium falciparum, o estudo associa a alta atividade antiplasmódica à abundante presença alquilfenóis em Anacardium occidentale. (GIMENEZ et al 2019) (11)
Pereira et al (2018) (12) avaliou o potencial antimicrobiano da associação de cefalexina junto à taninos extraídos de Anacardium occidentale e Anadenanthera colubrina frente a uma cepa de Staphylococcus aureus bovina. Diferentes concentrações foram utilizadas de 0,976 mg/mL a 500 mg/mL para os taninos e 2 µg/mL a 512 µg/mL para a cefalexina. A associação teve a eficácia avaliada pela Concentração inibitória mínima (CMI), tendo CMI de 7,8 mg/mL e os halos de inibição da associação variaram de 0,9 mm a 46 mm. Indicando boa atividade inibitória contra a S. aureus bovina.
Para a veterinária e criação de animais, também se observa usos do cajueiro, um estudo realizado com aves neonatais avaliou a ação antidiarreica da suplementação da alimentação das aves com 1,5% de folhas em pó da Anacardium occidentale. Chegou à conclusão que devido a diminuição da secreção de fluidos intestinais as folhas em pó podem ser usadas preventivamente para reduzir a incidência de diarreias nas aves. (SERA et al, 2017) (13).
O exsudato resinoso (goma) de A. occidentale possui usos histotecnológicos como alternativa aos meios de montagem de preparação histológica comerciais por questões de biossegurança por ser atóxica, apresentar nitidez das imagens e conservação da morfologia das estruturas observadas. Além disso a MGRC (goma resinosa de cajueiro) é economicamente viável e não prejudica o meio ambiente. (PAZ et al, 2022) (14)
O cardanol (Figura 2) é um dos constituintes do líquido da casca de castanha de caju (A. occidentale) e apresenta alta atividade larvicida contra o mosquito vetor da dengue, Zika e chikungunya, Aedes aegypti. O cardanol possui letalidade média para as larvas em 24h, sendo altamente letal em 48h e 72h. (Paiva et al) (15).
Chaves et al (2022) (16), avaliou a inibição da replicação do vírus da COVID-19, o SARS-CoV-2 por um biflavonóide natural encontrado em A. occidentale, o agatisflavona e chegou à conclusão de que a agatisflavona é um melhor inibidor do que a apigenina, um outro flavonóide que também possui propriedades antivirais. A agatisflavona ataca a protease principal do vírus de maneira não competitiva. Sendo então a agatisflavona um possível recurso para o desenvolvimento de medicamentos antivirais semi-sintéticos.
Barros et al (2020) (17) avaliou o potencial antitumoral do exsudato (resina) de A. occidentale in vivo em ratos. A resina foi diluída em solução salina a 0,9% e utilizada no tratamento dos ratos inoculados com as células tumorais. A resina inibiu o crescimento dos tumores com resultados variando entre 36% a 46%.
Os trabalhos revisados mostram o potencial antimicrobiano, plasmodicida, antidiarréico para aves, biotecnológico na produção de meios atóxicos e biodegradáveis de montagem histológica e ação larvicida contra o Aedes aegypti e a ação antiviral contra o SARS-CoV-2 e antitumoral mostram a gama de possibilidades e de diferentes áreas onde é possível fazer a aplicação biológica e farmacológica de Anacardium occidentale e a importância da expansão do estudo dos compostos secundários presentes na planta e suas aplicações na farmacologia e biotecnologia.(Tabela 3).
CONCLUSÃO
Anacardium occidentale, o cajueiro, é uma planta de grande importância tanto econômica quanto farmacológica. Sendo utilizado por comunidades majoritariamente de zona rural, apresentar uma vasta composição fitoquímica, a presença de flavonóides, lactonas, esteroides, triterpenos, saponinas, antocianidinas e entre outros compostos atribui a espécie potencial farmacológico, podendo ser utilizada como diversas finalidades dentro da medicina.
Os artigos utilizados apresentaram uma vasta aplicabilidade do cajueiro, sendo utilizado diversos teste com a planta, comprovado assim a capacidade biológica e terapêutica da espécie vegetal, assim como as mais diversas estruturas da planta possuem compostos terapêuticos, desde a folha, casca e até mesmo seu fruto e pseudofruto. Tais características demonstram capacidade fitoterápica da espécie assim como trazem credibilidade ao conhecimento popular.
Ademais, a análise evidenciou as diversas aplicabilidades do cajueiro, desde aspectos econômicos, podendo ser utilizado para comercialização de seus produtos, muito utilizados na culinária, assim como as diversas utilidades do mesmo para o tratamento de patologias causadas por agentes infecciosos.
AGRADECIMENTOS Os autores agradecem aos órgãos de fomento à pesquisa FACEPE e CNPq.
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